Os tempos não andam a correr de feição para Assunção Cristas, que vê agitarem-se as oposições internas já insatisfeitas com o notório fracasso da agenda populista da líder. Se antes das autárquicas e do anunciado desastre laranja ainda acalentavam a expetativa de crescerem em votos e em cargos públicos à medida das suas desmedidas ambições, a irrelevância prometida pelas sondagens anda a desesperar os mais impacientes, que fazem contas à vida e julgam ser hora de impor mudanças urgentes.
No Porto a contestação sobe de tom, sobretudo porque não conseguindo fazer valer a força dos votos dos militantes na eleição de Cecília Meireles como líder distrital, a presidente tem utilizado todos os recursos, legítimos e ilegítimos, para derrotar o rival que a defronta. Por outro lado, outra tendência anda insatisfeita com o pouco empenho na defesa das touradas e quer impor essa posição troglodita na imediata estratégia política do partido. Que importa a rápida desafeição dos portugueses por um espetáculo degradante e de mais do que justificada proibição?
Não é que esses opositores sejam menos maus do que quem ainda os dirige, mas têm, pelo menos a virtude de não estarem com demagogias primárias, revelando-se sem peias naquilo que são: uns fascistas recauchutados. Ora as últimas semanas têm sido pródigas nalgum aparato mediático para algumas personagens sinistras desta direita encostada á sua extrema malignidade: Machado, o assassino condenado, revelou a vontade de capitanear a turba abrutalhada da Juve Leo; a Vera de Medicina andou a propagar a ideia de se estar na iminência de se matarem os velhinhos. E a brasileira de Pedrógão, provavelmente admiradora de Balsonaro, voltou a viver alguns minutos televisivos de indigna glória, querendo justificar a ambição a um lugar de deputada nas próximas eleições - europeias ou legislativas - mas não conseguindo disfarçar, nem sequer um bocadinho, o nauseabundo oportunismo.
É caso para considerar que nas direitas mais extremadas vigora uma autêntica galeria dos horrores.
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