sábado, 23 de junho de 2018

As lições que temos de aprender com quem está do outro lado da trincheira


Estando já em curso a Assembleia Geral dos sócios do Sporting confesso algum interesse pelo que a seguir acontecerá. Não tanto pelo futuro da instituição em si, que me é perfeitamente indiferente, mas pelo percurso de Bruno de Carvalho na sua ascensão e queda, que se me afigura interessante enquanto fenómeno populista de cariz neofascista.
No fundo vale a pena estar atentos a este tipo de fenómenos numa lógica de reprodutores de comportamentos coletivos, que nos poderão ensinar a evitá-los antes de ganharem dimensões incontroláveis. Nesse sentido dou total razão a João Rodrigues quando, ontem à noite num debate sobre populismos organizado pela Forum Manifesto no Restaurante O Bispo no Seixal, reconhecia na direita uma capacidade bastante mais desenvolvida de atentar no que se passa à esquerda para melhor a combater ou replicar-lhe as receitas estratégicas de sucesso. Ao invés a esquerda - e eu pecador me confesso! - assume alguma arrogância face à direita recusando-se a lê-la, a assistir-lhe á explanação de argumentos ou a analisar-lhe mais detalhadamente o fundamento dos seus projetos, arriscando-se, assim, a ficar desarmada perante a assertividade que eles possam colher nos seus tácitos eleitores.
Embora dele me reivindique sou o primeiro a reconhecer que a máxima de Terêncio faz todo o sentido: tudo o que é humano nos deve interessar.

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