terça-feira, 19 de junho de 2018

Já lá vem outro caminho!


A História tem-nos demonstrado inúmeras vezes que, quando a queda no abismo parece iminente, uma reviravolta vira de pantanas as piores expetativas, que poderíamos ter sobre o futuro próximo, e ele volta a afigurar-se-nos esperançoso como já admitíamos, que o não viesse a ser. Até porque víramos entretanto as vítimas acumuladas como saldo tenebroso do que contra elas se conjugara.
Foi assim com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial cujo drama levou alguns deles, ainda que distanciados dos campos de concentração, a porem fim aos seus dias por não poderem suportar uma ameaça, que se lhes tornava mais tangível cada dia que passava. Os nunca por demais citados casos de Virginia Woolf ou de Stefan Zweig, que não puderam acreditar na hipótese de o pesadelo cessar daí a poucos anos com a redução a escombros do Império, que se julgava invencível para os mil anos seguintes.
Olham-se as notícias e é difícil suportar a sucessão de situações, que causam tanta infelicidade a gente indefesa. Mormente às duas mil crianças separadas dos pais na fronteira com o México e engaioladas em centros sórdidos, que estarão a viver traumas psicológicos, que as afetarão por certo para o resto das suas vidas. Ou as atitudes de governantes europeus eivados de uma criminosa indiferença para com os milhares de desesperados, que se vêm afogar no Mediterrâneo sem sequer contarem com o tratamento milenarmente devido aos náufragos no alto mar. Ou as ameaças à paz na Colômbia pela eleição de uma marioneta do assassino, que mais mortandade causou no país, quando ele próprio foi o Presidente. Ou...
E, no entanto, se olharmos para as outras notícias, as que recebem menos atenção, mas comportam sinais de sinal diferente, concluímos ser extemporânea a rendição ao desespero. É que, a exemplo da formiga no carreiro da canção do Zeca Afonso, já lá virá outro caminho!

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