Neste dia a seguir ao debate quinzenal, que demonstrou a inflexibilidade de António Costa em ceder à intransigência negocial dos sindicatos dos professores, notaram-se duas reações significativas: por um lado cresceu nas redes sociais a indignação dos que olham para as reivindicações dessa classe profissional como uma ofensa ao bom senso e, sobretudo, como a comprovação de um autismo social em que só contam os seus interesses corporativos independentemente dos prejuízos que possam causar ao resto da sociedade. Nomeadamente voltando a abrir as portas para o regresso das direitas ao poder, tal qual favoreceram com as sucessivas ações de desgaste dos governos liderados por José Sócrates.
Não espanta, pois, que alguns dos cabeças de cartaz, que então se mostraram particularmente ativos nessa ação de permanente demolição dos governos socialistas e de favorecimento das direitas, voltem a emergir das catacumbas, como foi o caso de Paulo Guinote, agora novamente muito ativo nas televisões e nos jornais. Não deixa de ser curioso como tão audazes defensores dos direitos dos professores assumem agora uma coragem, que lhes terá faltado nos quatro anos em que eles foram vilipendiados, espezinhados...
Por outro lado, Mário Nogueira sente-se tão fragilizado nos argumentos, que anda a pedir a solidariedade de outras classes profissionais dentro da função pública, que acedam a colocar-se sob o seu esfarrapado chapéu-de-chuva. Ao exigir o bolo inteiro para si, sem sequer se dispor a aceitar a fatia, que agora seria exequível auferir, a classe dos professores arrisca-se a perder uma guerra para a qual avançou com a determinação dos que, julgando ter a força por si, se privam de nela investir o fundamental: o primado da Razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário