segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Uma insidiosa e contínua estratégia de demolição

 


A estratégia foi bem sucedida durante os governos de António Guterres e de José Sócrates, vendo-se agora repetida com o atual Governo: beneficiando de uma imprensa cem por cento favorável aos seus objetivos, as direitas procuram demolir insidiosa e continuamente a governação. Se com a atual secretário-geral das Nações Unidas conseguiram transmitir a ideia de existir um suposto pântano e com Sócrates procuraram associá-lo a casos de corrupção, que tantos anos passados, continuam por provar, a estratégia relacionada com o governo de António Costa é o de dá-lo como incompetente. Assim o explicitou Ricardo Araújo Pereira no programa de ontem, demonstrando que a galhofa nunca tem nada de inocente.

Na Europa, na América e na Ásia não faltam exemplos de situações bem mais calamitosas do que a nossa, mas as direitas apostam na sucessão de «especialistas» nos canais de televisão e a dizerem maravilhas do que seria a realidade se o governo tivesse feito assim ou assado. Uns defendem que se devia obrigar a que todos ficássemos em prisão domiciliária para que o vírus desaparecesse por artes mágicas, apodando de laxista a opção do governo. Outros dizem que a economia não aguenta mais restrições com milhares de falências a multiplicarem o número de desempregados. Encontrar a virtude mediana numa situação tão instável é arte que nem o mais ousado dos equilibristas consegue cumprir com satisfação para todos.

Pode-se considerar o exemplo da Nova Zelândia, mas não somos um arquipélago situado à margem dos demais continentes, quase com miradouro para a Antártida. Nem tão pouco podemos replicar as bem sucedidas medidas tomadas pelo governo chinês, que tem o vírus controlado graças às medidas de contínua vigilância sobre as deambulações dos seus cidadãos: se com o Stay Away Covid foi grande a escandaleira, que aconteceria se António Costa sugerisse algo que se lhe aparentasse?

Chegámos a uma situação viral, que é grave e com potenciais custos políticos sobre quem tem de a combater. Oportunista, e até porventura, sabendo-se incapaz de ser tão resiliente se fossem elas a enfrentar o mesmo desafio, as direitas andam num virote a lançar os seus mais diversificados comentadores e especialistas a fim de, passada a tormenta, replicarem em António Costa o sucedido com Churchill no final da Segunda Guerra Mundial. No que se enganam é não contarem na sua liderança com alguém tão honesto quanto o era Clement Atlee e se esperam que o primeiro-ministro seja o rabugento e alcoólico político inglês podem ir tirando os cavalinhos da chuva...

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