Tem de se reconhecer alguma desfaçatez a Catarina Martins para pronunciar uma ameaça velada a António Costa, quando fez a declaração final antes da votação do Orçamento Geral do Estado para 2021: dado que Rui Rio saiu definitivamente do armário ao assumir a união de facto com André Ventura, o Partido Socialista só poderá continuar a ser governo se se render definitivamente á chantagem do Bloco de Esquerda.
Tenho conhecido muitos exemplos políticos de erros de cálculo, mas espanta-me como, mesmo com Mariana Mortágua ao lado - que é suposto saber como se fazem contas! - Catarina Martins arrisque tal prosápia. Porque, por um lado, esse indecoroso romance entre Rui Rio e Ventura (que declaração de amor tão cor-de-rosa este fez ao seu recente noivo na conferência de imprensa no final da sessão!), tenderá a afastar do PSD os eleitores do centro-direita que não se reveem nesses enlaces tão contranatura. Por outro lado a própria Catarina Martins poderá verem mudar-se para os antigos parceiros da dita Geringonça aqueles eleitores que arriscavam dar-lhe o voto porque sabiam-no confiado a quem apostaria numa convergências das esquerdas com um tempero um bocadinho mais radical. Os primeiros indícios das sondagens, quer para o Bloco, quer para a sua candidata presidencial, tendem a corroborar esta presunção.
Daí que a imagem lamentável de ver os deputados do Bloco a levantarem-se ao mesmo tempo que toda a direita e extrema-direita para porem em causa um orçamento, que nada reverte do conquistado na legislatura anterior e até prossegue com avanços notórios no sentido de uma maior correção das desigualdades sociais, será uma mancha para que nenhum tira-nódoas poderá encontrar solução. Por muito que António Costa aja com a máxima racionalidade, quem poderá criticá-lo por nesta altura estar possivelmente a pensar que cá se fazem, cá se pagam? E o Bloco poderá minguar-se para a dimensão, que a imaturidade dos seus dirigentes afinal justifica. Estes esquecem o quanto o primeiro-ministro é experimentada raposa, que de já muitas armadilhas políticas se soube livrar a contento.
Quanto ao saldo só vi corroboradas as razões porque, depois de concluir pelo injustificado cumprimento da expetativa de votar em Marisa Matias nas presidenciais, volvi a intenção de voto para quem, através da sábia, mesmo que exigente, conduta durante a negociação do referido Orçamento, assegura a continuidade do governo em que confio no período pós-pandemia quando mais importa que a comprovada competência de quem já nos livrou dos desmandos de Passos Coelho volte a ser plenamente concretizada em políticas eficazes.
Parabéns Jorge Rocha ,Qual a sua página do FB?Manuel Duran Clemente
ResponderEliminarO BE cresceu á custa de muitos socialistas que, por alguns erros cometidos pelos vários governos do PS, mas muito mais pela deficiente formação politica de muitos, que acreditam mais facilmente nas mentiras e aldrabices postas a circular, quer pela oposição irresponsável, como ainda se verificou na votação do O.E. 2021, quer pela publicação por parte da C.S. de noticias falsas ou deturpadas, quer pela pratica da nossa Justiça que permite julgamentos na praça pública, que depois não consegue provar nos locais apropriados para o efeito. Está na hora de toda essa gente que iludida com os cantos de sereia dum bloco de esquerda que prometia o céu, mas que está provado que não passa dum grupo de oportunistas, chefiado por uma catraia que não tem o mínimo de credibilidade e responsabilidade, só quer protagonismo barato, que não olha a meios para atingir os fins, voltarem a apoiar o PS, único partido responsável e credível para representar os portugueses que se identificam com os valores da esquerda democrática, competente e responsável, que tem as melhores condições para governar o país. Antes de criticar, atacar e botar abaixo, analisem os factos para não embarcarem em campanhas de intoxicação politica, tanto ao gosto dos partidos de direita e extrema esquerda.
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