quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Apenas por enquanto elas parecem capazes de ter algum futuro! Mas não por muito tempo!

A exemplo de outras épocas em que me chegaram a inquietar estas extremas-direitas tendem a perder força, a voltarem para dentro dos envergonhados armários. Muita parra, pouca uva é provérbio, que se lhes ajusta. Porque falta-lhes a substância, bastando-lhes a infâmia dos preconceitos.

1. Obviamente que não tive paciência para ver a entrevista de Miguel Sousa Tavares ao imitador do sapo decidido a ser boi, com a diferença de ambicionar a presidência da República. A repulsa pelo sujeito é tal, que não há reservas de complacência para quem, de mim, nenhuma merece. Por isso socorro-me de quem tem melhor estômago e dá, em segunda mão, o testemunho do sucedido. Por exemplo a suposta manifestação de orgulho por ter amigos pretos. Ora, como muito bem refere Pedro Tadeu no «Diário de Notícias», “a declaração de amizade que o racista branco concede a alguns negros tem subjacente um suposto ato de generosidade do primeiro para com o segundo: o branco racista tem amigos negros apesar dos defeitos que aponta à generalidade da "raça"“. Por isso mesmo “a frase "eu até tenho amigos pretos" é um instrumento de propaganda racista construída para convencer pessoas não racistas a apoiar ideias racistas. Isto é perigoso.”

Incapaz de disfarçar a falta de carácter, o imitador do sapo confirma-se homem sem nenhumas qualidades em todas as oportunidades em que faz falar de si.

2. Uma crónica de Daniel Oliveira ainda toma o acordo nos Açores como tema demonstrando que, das hipóteses ao seu dispor, Rui Rio optou pela pior, aquela que vitimará inevitavelmente o PSD e o CDS por não imitarem Angela Merkel na posição de imporem um cordão sanitário face à extrema-direita: “Não era preciso ser Maquiavel para fazer André Ventura tropeçar na sua pressa de crescer e os impreparados dirigentes do Chega caírem na gula de ir ao pote. Bastava não ser Rui Rio. Mas o líder do PSD fez tudo ao contrário: depois de dar a Ventura o que ele queria passou uma semana a lavar a imagem do Chega, com a ajuda do não menos desastrado Morais Sarmento. Com esta liderança do PSD, o Chega irá onde quer num instante. Não é a esquerda que pode travar o Chega. É a direita, que por agora lhe disputa a maior parte do eleitorado.“

3. A chantagem da Hungria e da Polónia quanto à definitiva aprovação do pacote financeiro de 1,8 biliões de euros para o relançamento e transformação da economia europeia talvez seja daqueles males que vêm por bem: a falta de paciência para com os atropelos às mais elementares práticas democráticas pelos governos de Varsóvia e de Budapeste tem crescido numa tal dimensão, que aproxima-se o dia da definitiva escolha - ou respeitam as liberdades fundamentais ou não têm cabimento na União Europeia. O que poderá desviar-lhes, a médio prazo, os apoios dos eleitores que têm conseguido manipular para os seus fins.

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