domingo, 1 de novembro de 2020

Pactuar com quem só desprezo merece

 

Não durará muito esta vaga de aparente ascensão da extrema-direita capaz de pintar grafitis ofensivos nas paredes de umas quantas escolas em Lisboa ou de pôr judicialmente em causa as decisões governamentais quanto às medidas antipandemia, mesmo que a tentativa tenha sido prontamente devolvida à procedência por absurda. A exemplo do que já se vai verificando Europa fora, essa onda tende a diluir-se e a possível vitória de Biden no outro lado do oceano acelerar-lhe-á a fatal irrelevância. Daqui a algum tempo olharemos para os Venturas, as Le Pen, os Salvinis ou os Orbans como personagens de opereta, que terão significado os vómitos derradeiros da indigesta manipulação de gente ignara e imbecil, esgotada na acumulação de sucessivas e contundentes derrotas.

Que, nos Açores, o partido de Rui Rio se dê sequer ao despudor de falar com quem apenas merece desprezo confirma as contradições da falsa imagem de bonomia e respeito pelos valores democráticos, a que interlocutores desse jaez são totalmente alheios.

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