terça-feira, 10 de novembro de 2020

Falta muito para ser vacinado?

 


Se algo há em que confio é na Ciência. Mais do que a vertente sombria, que propiciou a ameaça nuclear, ou os OGM’s ligados à exploração capitalista do setor agroalimentar, valorizo a capacidade dos cientistas em arranjarem-nos soluções para enfrentarmos as ameaças à nossa sobrevivência. Daí que seja a da Pfizer ou a da AstraZeneca, a Sputnik ou a chinesa, o que anseio é tomar a vacina, que nos possibilite o regresso à normalidade. Que, no nosso caso em concreto, traduz-se na maior facilidade em passarmos semanas a fio nos Países Baixos com as netas, a filha e o genro, ou tê-los cá a viver a alegria sempre inerente aos dias de praia durante o verão. Congratulando-nos ao mesmo tempo com o facto da solução não ter surgido mais cedo de modo a não possibilitar a Trump o nosso acesso a este o ar limpo que agora respiramos, tal qual o reconheceria Sophia numa réplica do que assinalara a respeito do dia 25 de abril de 1974.

Confio que, daqui a alguns meses, ninguém se lembrará dos especialistas e comentadores, que diariamente zurzem no governo a propósito do fazer demais ou de menos para conter a pandemia. Até alguém tão insuspeito como o diretor do «Público» tem de reconhecer em editorial que “a ideia utópica de uma autoridade perfeita para derrotar a covid-19 é tão insensata como inútil.” Tanto mais que as medidas agora impostas visam criar um estado psicológico capaz de obrigar-nos a agir de acordo com a ameaça ainda por vencer. Se a luz se vislumbra ao fim do túnel, ainda faltará percorrê-lo! E, quando isso suceder nem o Bloco, nem os comunistas estarão em condições de provocar uma crise política de que saiam chamuscados e Rui Rio não se livrará da responsabilidade de liderar um partido consorciado com quem as circunstâncias tenderão a exacerbar a sua vertente repulsiva. Começando a fluir os euros do programa de recuperação aprovado pela União Europeia e com a economia a acelerar, aquilo que alguns querem ver como um governo desnorteado, evoluirá para a demonstração eloquente de quem mostrou ter unhas para tocar tão difícil guitarra, quando esse talento mais lhe era exigido. E prosseguindo com a excelência de quem muito saber acumulou à conta da experiência feita...

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