No último dia da campanha socialista, que foi inexcedível na capacidade de organização e de esclarecimento dos eleitores, porque focalizada no quanto foi conseguido nestes quatro anos de governação competente, e no compromisso em fazer ainda mais e melhor nos que se seguem, a direita ainda tinha preparada mais uma derradeira ferramenta de contrapropaganda para minimizar os efeitos da sua derrota anunciada. A interpelação a António Costa feita por um provocador, que mereceu a sua indignada resposta, acaba por inserir-se na estratégia de distrair os espectadores dos telejornais da Política com P grande, para se enlearem em casos sem substância sobre os quais nada mais se acrescentará a partir de segunda-feira.
Não sejamos inocentes: tão só concluído o processo eleitoral as agendas dos telejornais e dos líderes das direitas, que delas se alimentam para compensar a sua falta de ideias, não voltarão a falar de Tancos ou dos incêndios de 2017, sobre os quais quiseram fomentar uma indecorosa mentira. O recurso a esta última terá, afinal, corrido mal a quem a organizou, porque confirma o que se tem verificado nestas últimas duas semanas em particular, e durante os quatro anos em geral: não tendo políticas alternativas, que consigam convencer os eleitores da sua bondade, as direitas usam as falsidades como única solução. Daí que mereçam um resultado eleitoral abaixo do que as sondagens lhes vão creditando porque, na realidade, se Assunção Cristas será muito justamente penalizada pela falta de carácter - que até a leva a avocar para o seu partido a herança de um ex-líder cujo retrato retirou das paredes do edifício do Largo do Caldas para o ir entregar à sede do PS no Rato! - o PSD receberá, porventura, um apoio eleitoral, que não castigará devidamente quem tanto massacrou os portugueses com medidas, que iam além das exigidas pela troika, contando com um novo cabeça-de-cartaz que, em falta de ética, acaba por se assemelhar que, nem uma alma gémea, a Passos Coelho, com quem julgáramos ter sido atingido o nível mais rasteiro do comportamento sem qualquer escrúpulo.
Se algumas sondagens dão no patamar superior do seu intervalo uma maioria quase absoluta ao Partido Socialista bom será que ela assim aconteça...
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