Nunca aqui assumi grande contestação às sondagens, nem mesmo há quatro anos, quando elas pareciam enviesar-se de forma pouco científica no sentido de facilitarem um fracassado sucesso Pàfista. Olho para elas com curiosidade detetando-lhes tendências, que possam confirmar ou desmentir as minhas antevisões e apontando-lhes as limitações quando fazem sentido. Na de ontem, da Universidade Católica, constatava-se a possibilidade de ali se empolarem as opiniões das direitas e minguarem as do Partido Socialista por ter sido produzida enquanto estava no auge a campanha suja lançada pelos três procuradores do Ministério Público (sobre cujas «análises» políticas ninguém pareceu indignar-se!) e com a correspondente histeria mediática lançada pelos diretores de informação dos vários meios de comunicação social.
Passado esse auge desinformativo previ ontem que a situação tenderia a retomar o que eram as previsões anteriores. Muito embora a metodologia das tracking polls me mereçam maiores reservas científicas, que as demais sondagens, a do Jornal de Notícias, da TSF e da TVI tendem a corroborar essa ilação. O PS cresce dois pontos em relação a anteontem, quando alcançara o índice mais baixo, enquanto o PSD e o CDS voltam a descer, não se estranhando que se mostrem inconformados por verem frustrada a tentativa de arregimentarem a Comissão Permanente da Assembleia da República para os objetivos da sua campanha eleitoral. E para as outras direitas, que almejam passar por glamourosas e modernaças, como é o caso da Iniciativa Liberal, esta previsão também associa a expetativa animadora dada pela sondagem da Católica àquele momento muito breve da campanha, que desviara os resultados do que tenderão a ser os do próximo domingo.
Pode-se dizer que, se para Rio, a derrota não chegará a ser humilhante, para Cristas esta campanha está a ser um inferno. A que não faltou a cena caricata ocorrida esta tarde durante a arruada no Porto em que se viu empurrada por uma indignada eleitora.
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