terça-feira, 23 de abril de 2019

Se o ridículo matasse...


Perante a reportagem fotográfica de Paulo Cunha para a Lusa podem-se colocar duas questões, para além da reação imediata que nos suscita: se o ridículo matasse, Assunção Cristas, Nuno Melo, e quantos se lhes associaram na apanha das couves, já estariam em câmara ardente à espera das devidas pompas públicas.
O ridículo não comporta, porém, essa potencialidade letal, que nos pouparia a novas demonstrações de tão primário populismo. Dediquemo-nos, por isso, às perguntas óbvias: será que os dirigentes do CDS acreditam que haja muitos eleitores a deixarem-se embalar por essa súbita conversão às competências campesinas? Ou será que nós, sofisticados citadinos, olhamos para a bizarra reportagem e não a imaginamos quanto possa, efetivamente, embalar uns quantos ingénuos dispostos a afiançarem a sinceridade de quem não se coíbe de utilizar as mais desonestas manobras de marketing político?
Otimista na vontade, espero que a grande maioria dos que irão votar daqui a um mês olhem para essas fotografias e se indignem com o oportunismo de Cristas & Cª. Mas, algumas vezes tenho de me reconhecer pessimista na razão, e constatar que não falta quem acredite no que julgaríamos totalmente estapafúrdio...

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