sexta-feira, 26 de abril de 2019

O matutino da Sonae na vanguarda da criação de casos contra os socialistas


Folheando o matutino da Sonae pode-se ir percebendo como ele constitui ferramenta persistente e insidiosa contra tudo quanto o governo socialista possa ir fazendo de bom pela melhoria da vida dos portugueses, insistindo na ideia de tratar-se de uma realidade contra a qual haverá que deitar abaixo a qualquer preço. Nem que para tal recorra a um contrato firmado entre a autarquia lisboeta e os organizadores de um dos maiores eventos anuais organizados entre nós.
No seu editorial o diretor do jornal, Manuel Carvalho, insurge-se contra o seu desconhecimento dos termos do contrato com a Web Summit e que tornam Lisboa no entroncamento em que se encontram, durante vários dias, os que contribuem para os maiores avanços tecnológicos das próximas décadas.
Se a iniciativa do irlandês Paddy Cosgrave tivesse debandado para outras paragens não faltariam vozes iracundas a acusar o governo de crime de lesa-Pátria. Agora, como sucedeu o contrário, com a obrigatoriedade do respeito de sigilo por algumas cláusulas contratuais, que todos os vereadores lisboetas poderão consultar, a estratégia antigoverno passa a ser outra: a de ocultar dos portugueses o que eles deveriam ter pleno conhecimento sem quaisquer reservas, como se o mundo dos negócios não estivesse recheado de exemplos assim, em que a proteção contra a concorrência, tem de ser salvaguardada.
O que importará mais para Manuel Carvalho e para os donos da Sonae, que lhe pagam para cumprir o seu triste papel? Que Portugal continue a ser conhecido pela capacidade de assegurar tal organização, e surja como símbolo maior da economia digital, ou que outra grande metrópole europeia lhe espolie o mérito e o proveito? Sim! O proveito, porque são muitos os milhões de euros que o país atrai nesses dias e, nos que se seguem, como benefício de tal evento!
Manuel Carvalho surge como exemplo maior daquele tipo de gente incapaz de fazer, mas pródigo em esforços para impedir que outros o façam.
Mas não se fica por aí: nessa mesma página escolhe como «Cartas ao Diretor» as que lhe secundem o objetivo. Duas versam o lamentável episódio dos arruaceiros, que tentaram interromper o discurso de António Costa na Festa do 46º aniversário do PS - quem pode aceitar o comportamento ignóbil dos referidos «ativistas» e cometa o insulto de o querer equiparar ao de Alberto Martins, há 50 anos quando, em pleno fascismo, pediu a palavra ao fascista Américo Thomaz. Acaso estamos em ditadura para que essa provocação seja a única forma desse tal movimento se fazer ouvir? Ou, pelo contrário, e a exemplo do sucedido há quatro anos, quando a campanha eleitoral foi recheada de casos preparados para minimizar a derrota do PAF, estamos perante a mesma lógica em que se minimizem as qualidades efetivas dos socialistas para melhorarem a vida dos portugueses e se dê deles ideia contrária, que possibilite o regresso ao governo de quem tanto os maltratou?

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