quinta-feira, 18 de abril de 2019

Os desígnios que as nossas direitas porfiam em cumprir


Privatizar a Segurança Social. Privatizar o que resta do sistema bancário (CGD). Mesmo escondendo tanto quanto possível essas intenções as nossas direitas não parecem ter imaginação para mais. Mas seria possível  orientarem-se noutras direções? Este texto mostra porque a resposta a essa pergunta é um rotundo não!
Se há elogio, que se deva fazer às direitas é a de não perderem coerência. Pode-as liderar um radical adepto do neoliberalismo mais selvagem como o era, e é!, Passos Coelho, um conservador meio saloio como Rui Rio, ou uma oportunista como Cristas capaz de dizer uma coisa e o seu contrário conforme sinta a direção dos ventos. Os objetivos são e serão sempre os mesmos: obsequiarem os grandes interesses privados de quem são meras marionetas.
O debate parlamentar de ontem - onde António Costa prosseguiu o seu habitual veni, vidi, vici! - demonstrou, a quem ainda pudesse ter alguma dúvida, como se mantém constante a agenda relativa à Segurança Social. O estudo pago pela Fundação do Pingo Doce assim o prenunciou. Recorrendo a falaciosas elucubrações, destinadas a suscitar o medo, senão mesmo o pânico em quem, sendo mais jovens, ainda há pouco começou a descontar para o nosso sistema previdencial, essas direitas apostam na criação das condições favoráveis a que percentagem crescente de eleitores se disponha a votar em propostas, que retirem ao sistema público  as receitas para as transferir para quem, tendo perdido nos bancos e nos seguros os lautos retornos aos seus investimentos, encaram as falsas promessas dos PPR’s a forma de se financiarem e prosseguirem  na financeirização das economias. 
Veem nessas estratégias dois objetivos: se as economias das nações agirem em função dos interesses dos fundos de investimentos, as direitas têm garantida a sua sobrevivência por muitos mais anos, porque facilmente controlarão os poderes executivo, legislativo e judicial, a par dos meios de comunicação social, que lhes servirão de altifalantes junto dos iludidos eleitores. Estes facilmente serão convidados a acreditarem ser essa a genuína tradução do que se entende como Democracia. Por outro lado prosseguirão um «internacionalismo financeiro», que, complementado com a disseminação dos populismos xenófobos, melhor enleiem os condenados à irreversível pauperização.
O que leva Steve Bannon - e sobretudo quem dele faz a cabeça-de-cartaz - a apostar nessa estratégia é precisamente a convicção de não ser possível perdurar por muito tempo a situação de acumulação de capital por uma minoria cada vez mais exígua, enquanto os 99% restantes se frustrarão, ano após ano, por verem reduzidas as capacidades de usufruto de tudo quanto a sociedade de consumo «oferece», mas a custos cada vez mais inacessíveis.
É que o tio Marx continua pleno de razão: é a luta de classes, e a dominante sabe-o e tenta precaver-se dos sobressaltos futuros. É por isso mesmo, que formiguinhas de termiteiras para cujas rainhas diligentemente trabalham, as nossas direitas - sejam elas quem as comande! - não podem deixar de fazer as tarefas que lhes estão distribuídas. E a privatização da Segurança Social será osso que nunca abdicarão de abocanhar.
Razões de sobra para que não nos poupemos a esforços para lhes sabotarmos os planos e impormos uma alternativa socialista, que reduza significativamente as desigualdades e crie uma sociedade mais livre e justa.

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