sábado, 6 de abril de 2019

Marcelo, o pior inimigo dos que querem um país menos desigual e mais justo



Marcelo Rebelo de Sousa não tem poder legislativo, executivo ou, mesmo, judicial. Constitui, pois, um embuste - mais um numa longa lista de intervenções ditadas a partir de Belém para que um dos seus altifalantes nos media dê a importância necessária, que lhe garanta a preservação de elevada quota de popularidade junto dos seus iludidos prosélitos! - a notícia de pretender que haja uma lei a impedir nomeações, supostamente ditadas por critérios familiares, a nível do governo ou dos respetivos gabinetes..

Pode Marcelo obrigar o governo a fazê-lo? Claro que não! Mas adivinha-se a sua jogada política, que intervém em dois tabuleiros ao mesmo tempo:. Em primeiro lugar o da opinião pública, alienada por uma campanha mediática eficiente e que tende a esquecer os telhados de vidro dos governos das direitas, e do próprio Marcelo, para ajuizar que o problema tem uma dimensão e uma temporalidade realmente falsas. Depois o de dar margem às direitas para, a nível parlamentar, garantir-lhes substância à pronta criação de uma proposta do CDS e/ou do PSD destinada a corresponder-lhe às intenções. O que farão na perspetiva de comprometerem o BE, o PCP e os Verdes na questão, sobretudo tendo em conta as apressadas e lamentáveis declarações de Catarina Martins sobre ela.
António Costa já lhes dificultou, porém, a possibilidade de tomarem essa iniciativa ao propor que seja a Comissão de Transparência a discutir essa possível legislação, logo elencando dezasseis aspetos a nela ser considerada. O que pressupõe uma longa discussão dos pós e contras de cada um deles! Nada que dê margem para que Marcelo veja satisfeita a «exigência» de estar pronta antes das eleições legislativas de outubro.
Marcelo mantém-se, pois, igual a si mesmo: em cada semana procura agir tanto quanto possível contra a significativa maioria dos portugueses, que pretendem a continuidade do processo transformador iniciado há quase três anos e meio com a nova realidade parlamentar e governativa.

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