segunda-feira, 8 de abril de 2019

A chatice de um ADN


Tem sido uma constante na ação política de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém: quando as direitas lançam uma campanha contra o governo, e ela dá mostras de fraquejar, aí surge ele a procurar perdura-la por tanto tempo quanto possível. Verifica-se isso a propósito da questão de familiares partilharem responsabilidades no elenco governativo, ou nos respetivos gabinetes, e que perdeu nitidamente gás, quando começaram a ser recordados os exemplos flagrantes de nepotismo em governos liderados por Cavaco ou Durão Barroso (ainda que Rui Rio insista na contraproducente ideia de se tratar de uma «cultura socialista»!).
Se existe prova evidente de que ser familiar de alguém nada quer dizer temos o exemplo flagrante de António Costa e Ricardo Costa. Quem ignora o carácter de raivoso pit bull, que este último tem manifestado em relação ao governo liderado pelo irmão? Quem ainda dá injustificado benefício da dúvida a uma SIC ou a um «Expresso», que constituem ferramentas políticas em autêntica deriva radicalizada no sentido de ignorar ostensivamente requisitos deontológicos só porque intentam infletir uma situação política desfavorável ao respetivo patrão?
Ao voltar a sugerir uma suposta modificação à lei existente Marcelo sabe quanto ela jamais poderá traduzir os preconceitos, que têm vindo a ser artificialmente alimentados nas semanas mais recentes e que, no essencial, se revelam injustos para com os visados, cuja competência jamais foi posta em causa. O que o inquilino do palácio de Belém pretende é dar matéria às televisões e aos jornais para que destaquem algo, que sabe passível de iludir os mais mentecaptos, aqueles que tudo julgam saber, quando criticam a classe política no seu todo, e são facilmente arregimentados pelos populismos protofascizantes.
Provavelmente isto significará que, se Marcelo emergiu do fascismo, onde o pai e o padrinho eram estrelas de primeira grandeza, esse mesmo fascismo nunca terá saído do seu incontornável ADN.

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