Se nos últimos dias havia quem afiançasse certa a recondução de Joana Marques Vidal à frente da Procuradoria Geral da República, quem a tal se opõe já começou a mexer-se para explorar as fragilidades do telhado de vidro em que ela assenta a sua reputação. Aumentam os indícios da sua negligência no caso das crianças levadas por gente da IURD para o Brasil ali se quebrando definitivamente os elos com a família de que não deveriam ter sido apartadas. E há já quem sugira manifestações à porta da Procuradoria por parte dos que trabalham ou têm famílias em Angola e veem o seu futuro posto em causa pela teimosia de manter um sério incidente diplomático entre Lisboa e Luanda.
É certo que gente da estirpe do João Miguel Tavares insistirá em manter no cargo quem nele tudo permitiu de mais gravoso para a credibilidade da Justiça: deixou passar todos os prazos em processos políticos contra quem não tinha (e desconfiamos que continua a não ter) provas; estabeleceu uma coligação indigna com tabloides para neles serem publicadas partes selecionadas de processos, que permitissem a condenação mediática de arguidos, acautelando a forte probabilidade de os vir a ter de inocentar. E foi sempre seletiva nas perseguições que empreendeu deixando escapar quem recebeu comissões pela compra de submarinos, andou a receber subsídios europeus para heliportos na zona centro ou os múltiplos negócios da corte cavaquista do BPN, mormente de Dias Loureiro.
A realidade parece estar a embater significativamente nas direitas, que tanto têm usado os casos mais esdrúxulos para pretenderem dar uma ideia errada da forma como o país está a evoluir sob a governação socialista. E este fim da tarde traz a novidade de descobrirmos quem tanto se empenhou na subsidiação da «Raríssimas»: uma notória militante centrista, Ana Clara Birrento, candidata centrista nas europeias de 2014 e nas autárquicas de 2017
Depois da vida negra que o CDS pretendeu fazer a Vieira da Silva eis que o ricochete tem inesperada volta na ponta.
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