Data de há muito tempo a minha antipatia pela suposta organização ecologista, que dá pelo nome de Quercus. Se a defesa ambiental deverá ser uma prioridade absoluta de todos os decisores políticos, o persistente lobbying assumido por aquela organização, ora é politicamente motivado (quem ignora a correspondência de algumas das suas posições com as que mais interessam ás direitas?), ora fundamenta-se em argumentações científicas rotundamente falsas. Ou alia as duas possibilidades, como foi agora o caso.
Aconteceu, pois, isto: vendo no incêndio na sede da Associação de Vila Nova da Rainha a oportunidade de lançar um autêntico alarme social, veio a Quercus proclamar os riscos da utilização do poliuretano nos telhados das escolas públicas. Repare-se logo neste pressuposto: para a organização não está em causa a mesma lógica construtiva nas escolas privadas, mas tratando-se das que são públicas, vê uma oportunidade de ouro para atacar o esforço de requalificação das que são tuteladas pelo Ministério da Educação.
Que apresentam sérios riscos de incêndio e suscitam hipóteses cancerígenas nos alunos, diziam.
Está-se mesmo a ver o que pretendiam os responsáveis pela Quercus: de norte a sul do país hordas de pais furiosos poriam cadeados nas entradas das escolas só as voltando a abrir, quando milhões ,não previstos no Orçamento, fossem gastos na substituição das respetivas coberturas.
O tiro saiu-lhes falhado, porque já poucos ligam ao que peroram. Mas os especialistas vieram dar razão ao que o próprio Ministro esclareceu: nenhum estudo científico, nenhum alerta da Organização Mundial de Saúde corrobora, sequer por aproximação, os «receios» da Quercus.
E, no entanto, ainda nada foi feito para beliscar-lhe os apoios públicos - mormente o «Minuto Verde« que a RTP apresenta e não se entende o porquê - com que os «voluntários» da Quercus vão fazendo pela sua vidinha.
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