O tema, que encima a capa do «Público» de hoje é assaz eloquente sobre como o ensino privado, mormente o universitário, tem sido veículo principal de enriquecimento de um conjunto de «espertos», que nele veem forma expedita de enriquecerem. Casos como a Universidade Moderna ou a Independente tendem a ser esquecidos, mas a regra vai-se confirmando com exemplos sempre atualizados.
Salvato Trigo, o reitor da Universidade Fernando Pessoa no Porto está em julgamento por se ter aboletado com três milhões de euros subtraídos à instituição, que fundou e de cuja gestão se encarrega conjuntamente com a mulher e a filha.
Munido do alfobre de experiência, que a vida em África antes do 25 de abril lhe proporcionou, também não tem sido dogmático nas suas ligações políticas: deputado municipal pelo PSD e pelo CDS não enjeitou ser mandatário local das candidaturas de Mário Soares e de Jorge Sampaio à presidência. No fundo prefigura o tipo de personalidade sem preconceitos ideológicos consoante salvaguarde o essencial: o enchimento dos próprios bolsos.
Temos, pois, de reconhecer um facto: é bem verdade a máxima segundo a qual os privados gerem melhor os negócios do que os gestores públicos. Conquanto eles sirvam exclusivamente os seus interesses como o tribunal estará a sancionar...
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