quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Não é que acho imprescindível a visão da entrevista de Ana Gomes?

 


Não me faltaram amigos a alertar para o horário e canal a que daria a entrevista de Ana Gomes com Vitor Gonçalves Loureiro para sugerir que, nessa altura, me dedicasse a tarefas bem mais interessantes. São, obviamente, amigos, quase todos militantes socialistas que decidiram votar noutros candidatos, que não naquela que, em 2002, entreviu as vantagens de passar a militar no partido sedeado no Largo do Rato e, desde então, disso colheu lautos proveitos.

Pois bem! Ao contrário do que aconselhavam, optei por dispensar quase uma hora da minha vida a apreciar a conversa e a considera-la de visão obrigatória: aos que, como eu, há muito a definiram como uma populista com tendência para, frequentemente, lhe fugir o pé para o chinelo (vide a forma abjeta como desqualificou Isabel Moreira por ter anunciado o apoio a João Ferreira!) e, de forma objetiva, por não perder uma oportunidade para dizer mal de António Costa, só encontram nessa peça jornalística a confirmação da falta de qualidades da entrevistada para merecer a designação de socialista quanto mais para sequer se imaginar inquilina do Palácio de Belém. Depois, porque aos que se afiançam seus apoiantes, pode ser que neles se desenvolva o pingo de lucidez para fazerem a si mesmos algumas perguntas que se justificam:

 - que lógica existe na afirmação de não deverem os socialistas votarem em Marcelo, quando afinal, mais adiante, lhe reconhece qualidades na forma como tem exercido o seu mandato, o acusa de se encostar demasiado a António Costa? Não seria afinal motivo para secundar Ferro Rodrigues, que só tem palavras positivas para com o atual Presidente?

 - mas, condenar Marcelo porque não tem sido suficientemente exigente com o Governo, sobretudo nas áreas da Saúde e da Justiça, não significa que, acaso estivesse a substitui-lo, faria bem pior, criando maiores dificuldades a António Costa do que as por ele já enfrentadas?

O poço de contradições não se esvai aí, deixando entrever os sinais de outras igualmente insolúveis: por exemplo a de, acaso, fosse eleita, só permitira que António Costa continuasse primeiro-ministro, se formalizasse uma coligação maioritária no Parlamento, deixando implícita a esperança nos setores pós-seguristas que a apoiam, com Francisco Assis à cabeça, que impossibilitado o acordo com as esquerdas, ele se visse obrigado a render-se ao almejado Centrão.

É por isto mesmo que a entrevista é de visão obrigatória, porque tudo isto é desenvolvido com as tibiezas e gaguezes, que fazem o discurso de Ana Gomes, uma coisa sem ponta por onde se pegue. Porque baseia-se apenas na costela populista, que ela rejeita ser, porque se diz antes «popular». Ora, na boca dela, se a palavra não significa a comummente associada aos movimentos de extrema-direita, ou de extrema-esquerda, que  usam e abusam das emoções coletivas para esconderem a mediocridade do seu pensamento ideológico, só pode ter como sinónimo o mais rasteiro popularucho.

A falta de qualidade de Ana Gomes vai-se demonstrando dia-a-dia e o evoluir da campanha só tenderá a desgastá-la. Assim a SIC a mantenha como comentadora a disparar, semana após semana, mais setas envenenadas a António Costa. Para já olha-se para a qualidade dos apoiantes da candidatura que cedo anunciei subscrever e nela se encontram algumas das mais talentosas e inteligentes pessoas com que o país conta nas mais diversas áreas do saber e da cultura. Olha-se para a de Ana Gomes e aquilo é de uma pobreza capaz de comover o mais frio dos franciscanos: está lá a filha, a irmã de, a viúve de. Enfim, como diria António Guterres, é a vida!

2 comentários:

  1. A mesma pessoa que deixou passar para a comunicação social a história de que teria sido o seu marido, entretanto falecido, que, a teria instado a concorrer à PdR. Até acredito que sim mas, do meu ponto de vista, deixar vazar tão supimpa informação só demonstra o quilate da "candidata". Que lhe aconteça o mesmo que a outra de Belém, que chegou a bolçar-se a ministra da saúde, para dar depois com burros na água, que Ana Gomes fique afogada em dívidas. Não é socialista, é popularuncha, burra e oportunista.

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  2. Ana Gomes, uma mulher sem qualidades marcada por uma juventude ao serviço do MRPP que dá uma no cravo como na ferradura.

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