domingo, 6 de setembro de 2020

A Cidadania não é mesmo uma opção!


Se cem personalidades benquistas pelas direitas decidiram desprestigiar-se um pouco mais com  a assinatura do manifesto contra a disciplina de Educação para a Cidadania, o rebate cívico para as amesquinhar está em crescendo com um número significativamente crescente de quem exige a sua obrigatoriedade por não serem opcionais os conteúdos aí versados. Ana Catarina Mendes é mais uma das signatárias desse contramanifesto, atualmente com mais de mil subscritores, que contraria uma venenosa dinâmica ultramontana para a qual importa acelerar os mais eficazes antídotos.
Será curioso aferir a reação de Marcelo à petição "Cidadania e desenvolvimento: a cidadania não é uma opção", ele que se apressou a receber em Belém os promotores da de teor cavernícola.
Ao mesmo Marcelo, Jerónimo de Sousa deu resposta inteligente a respeito dos perigos relativos à Festa do Avante: se tem dúvidas sobre a forma como a organização está a assegurar a salvaguarda da saúde pública só tem de a visitar, a exemplo dos tempos distantes em que lhe importava ganhar votos para as eleições iminentes e fez dessa deslocação um ensaio para as campanhas de selfies e abraços em que não tardaria a especializar-se. A resposta que o visado deu à entrada dum estádio onde foi ver um jogo de futebol foi pífia: rejeitou o convite (adivinhamos o medo de não ser recebido com a simpatia de há cinco anos!) e reiterou as críticas à organização baseando-se nessa coisa ridícula que é a «perceção da opinião pública». Mal anda um país onde o seu presidente guia as suas convicções por aquilo que presume serem os sentimentos coletivos! Sobretudo se é meio-vesgo de um olho e se situa essencialmente pelos que, do seu campo, lhe vão soprando...
Fica, enfim, a notícia da recandidatura de Marisa Matias às presidenciais de janeiro. Como militante Socialista (com s bem grande), que sou, coloco a séria possibilidade de nela votar se o meu partido não apresentar alguém que verdadeiramente o represente - o que não é o caso de Ana Gomes, tão incensada pelos órfãos do segurismo e as carpideiras do assisismo! - na convicção de que será esse o sentimento dos que bateram palmas à confidência de Pedro Nuno Santos sobre essa mesma questão. A prioridade será a de colocar como segundo candidato mais votado o que vier das esquerdas e nunca o Aldrabão em torno de quem se vão concentrando os votos dos setores antidemocráticos da sociedade portuguesa. Nessas eleições importará reiterar que o fascismo nunca mais.

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