terça-feira, 8 de setembro de 2020

Em quem não votarei nas presidenciais!


A notícia até terá feito vacilar alguns socialistas: então se o Aldrabão promete demitir-se se a Ana Gomes tiver mais votos do que ele, porque não fazer-lhe a vontade e, a exemplo do que Cunhal aconselhou há muitos anos aos comunistas para evitar a vitória do candidato da AD, votar nela sem olhar para o rosto e o nome no boletim de voto?
O problema com os aldrabões é, porém, outro: acabam sempre por dar o dito por não dito, quando se trata de prosseguirem na vigarice. Aconteça essa hipótese e logo ele inventará forma de voltar atrás: descoberto o filão da fraude, como dispensá-lo em momentânea adversidade? Quase por certo os 99% de apaniguados, que o incensaram no congressozinho do fim-de-semana fariam uma peregrinação até à sua porta, ungindo-o qual senhora santa no alto de uma oliveira!
Não me vejo, pois, a votar numa candidata que, só por mero acaso milita no meu Partido. Algumas têm sido as ocasiões em que, descrendo do mérito dos seus candidatos, tenho declinado neles votar. Era só o que faltava prescindir do sentido crítico inerente ao facto de, pressentindo o mal que farão aos cidadãos e ao Partido, dar-lhes carta branca!
Ora Ana Gomes é um desses casos: pode ser eficaz no debate cara-a-cara com o Aldrabão, porque vence-o claramente na capacidade de vender peixeirada, mas não esqueço o mal que fez em tempos idos aos governos, que supostamente deveria apoiar.
Dirão alguns incautos: mas não porfiou na denúncia do negocio de Paulo Portas relativamente aos submarinos? Sim, é verdade que o não calou. Mas pergunta-se: com que resultados? Às vezes não é vir a correr para a praça pública a bradar contra o ladrão, que mais facilmente o conseguimos apanhar. A inteligência estratégica é uma arte que Ana Gomes já demonstrou bastas vezes não ter! Por isso mesmo, estão já excluídos cinco candidatos ao meu voto nas próximas presidenciais: o óbvio Aldrabão, o cúmplice do Pardal dos camionistas, o ultraliberal, o Marcelo e Ana Gomes. A tendência anunciada anteriormente tende a consolidar-se!

2 comentários:

  1. O que o Jorge Rocha quer dizer é que não gostou nada quando Ana Gomes criticou José Sócrates, o tal antigo SG e PM que irá provavelmente ser julgado por corrupção e que parece que tem amigos muitos generosos e cofres em casa da Mãe de onde magicamente jorram heranças.

    O antigo PM só pode ser declarado culpado por um tribunal, mas as suas justificações parecem-me, digamos, cada vez mais improváveis...

    É curioso que alguém que canta loas ao socialismo marxista parece ter uma fixação por um político socialista que foi porventura o que mais à Direita governou (não há mal nisso), mas também o que melhor cultivou uma certa relação do Governo com as empresas privadas de diversos sectores que se assemelha a um capitalismo de Estado que vigora em Países tão díspares como a China, a Rússia ou mesmo nos actuais Estados Unidos.

    Mas, como o PCP consegue admirar os regimes chinês ou vietnamita só porque esses Países são governados por Partidos irmãos, se calhar no caso do Jorge Rocha, o que mais importa é a camisola do clube, independentemente de quem a usa e do que faz com o Poder. Para clubismos, meu caro, eu tenho o Benfica, e mesmo os clubes praticam hoje um modelo de gestão que não se recomenda propriamente.

    Não me revejo na defesa absolutista que Ana Gomes faz da luta contra a corrupção, os fins não justificam os meios. No caso de Rui Pinto, por exemplo, acho que se ele colaborar com a Justiça deve ser julgado com leniência, mas isso não fará dele nenhum herói.

    Mas mesmo com os seus excessos, Gomes é para mim a melhor candidata nesta corrida e ainda bem que concorre porque de outro modo teria que dar o meu voto a Marisa Matias, pessoa estimável, mas em cujo ideário não me revejo...

    E nada me daria mais prazer do que ver Ana Gomes a relegar Ventura para um infame terceiro lugar e vê-lo depois a rabear e à espera de uma vaga de fundo interna que repita a palhaçada norte-coreana da semana passada. O que quer que lhe aconteça, vai andar por aí, já que vão ser precisas muitas derrotas para o fazer desistir e aos seus e isso não será para já.

    Agora, que um honroso segundo lugar para Ana Gomes servirá para chatear Ventura e castigar a tibieza e o calculismo de António Costa, que mais uma vez não apoiará nenhum candidato, lá isso servirá. E nada me dará mais prazer do que vê-la com bastante calma meter o nosso facho de serviço na ordem...

    Aliás, só o anúncio da sua candidatura já serviu para Ventura vir demonstrar nervosismo. Quanto ao suposto insulto, eu se fosse a Gomes diria apenas que chamarem-lhe cigana é algo que a honra. Como dizia Cohn-Bendit, 'nous sommes tous des Juifs Allemands'. Aliás, seria delicioso ver Ventura usar com ela o insulto que tradicionalmente se seguia a chamar-se alguém de cigano.

    E o facto de Ventura ser pró-Israel nem sequer é impeditivo, porque o que mais há é cristãos fundamentalistas anti-semitas e pró-Israel... Eles gostam tanto dos judeus que os querem todos de regresso a Israel e convertidos ao Cristianismo, presume-se que depois da 'Rapture' :) ...

    Mas Ventura é demasiado inteligente para cometer tal erro e depois, não creio que ele, o escritor de romances eróticos cheios de erros, de facto acredite no que quer que seja, excepto que vale tudo para conquistar o Poder...

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  2. Tudo isto é muito estranho.Mas então o Partido Socialista sendo ainda o maior partido português não tem nenhuma figura de relevo para apresentar como candidato a presidente da republica? Vai repetir-se a cena Alegre que levou muitos socialistas "muito carinhosamente " a eleger o Cavaco?.Estranho tudo muito estranho...

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