1. Uma exigente obra de ligação da rede de gás portuguesa à espanhola arrisca-se a causar danos importantes na paisagem do Douro vinhateiro. A responsabilidade pela infraestrutura cabe à REN, mas a empresa indevidamente privatizada, não cuidou de informar atempadamente a Unesco nem as instituições nacionais incumbidas de apreciar o seu impacto.
Uma vez mais coloca-se a contradição entre a racionalidade económica e os efeitos perversos numa paisagem protegida e crismada de Património da Humanidade. Para os responsáveis da REN as potenciais consequências parecem ser coisa de somenos importância.
2. A sondagem da Aximage confirma as tendências anteriores, mormente as ilustradas pela da Eurosondagem na semana anterior. Apesar da colaboração da maioria dos órgãos de comunicação social e do chinfrim verborreico dos seus principais dirigentes, as direitas vão-se afundando no favor dos portugueses, que lhes dariam a conhecer o sabor de uma derrota histórica se as eleições legislativas fossem hoje.
Ciente dessa realidade, António Costa dá sinais de pretender impulsionar a segunda metade do seu mandato com políticas fundamentais para as classes médias, nomeadamente no que ao direito à habitação diz respeito. É esse o sentido mais evidente da minirremodelação governamental desta semana.
3. Embora tenha sido um ministro nulo na sua importância durante o governo anterior, Poiares Maduro parece ter vindo para ficar, mesmo que o seu «contributo» para a situação política atual pareçam ser os textos plagiados pelo seu líder para parecer que diz algo com alguma substância. Mas os jornais dão, igualmente, conta da censura a António Costa a respeito das críticas à Altice numa altura em que está em causa a aprovação, ou não, da compra da TVI.
As direitas, que nunca tiveram imprensa hostil, porque toda ela é propriedade de empresários, que lhe estão obviamente vinculados, fica nervosa quando pressente a possibilidade de perder essa vantagem. Na época de Sócrates fez uma guerra enorme quanto à possibilidade de ver a PT comprar essa mesma TVI, agora quer repeti-la por ver os socialistas a colocar reservas a essa mesma compra.
Elas não conseguem compreender que, mesmo com tanto apoio em jornais e televisões, o seu isolamento vai crescendo exponencialmente. É que os eleitores vão-se apercebendo que os publicitários das direitas pecam por tal exagero, que perderam qualquer pingo de credibilidade.
4. Os fascistas do PNR decidiram fazer uma manifestação de desagravo junto à esquadra da PSP de Alfragide. Como de costume eram pouquíssimos, mas todos eles sinistros na aparência e no que lhes vai nas turvas mentes.
Para a instituição policial, se se colocam consistentes suspeitas na possível infiltração por alguns elementos da organização extremista, a manifestação só vai no sentido de lhe dar maior credibilidade. É que a corja pareceu reagir em defesa dos «seus», com a determinação das virgens ofendidas.
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