Nos últimos dias uma das notícias, que passou quase despercebida, mas ilustra bem o tipo de trabalho autárquico dos eleitos do PSD, é o embargo da construção de um hotel na praia de Monte Gordo, por ocorrer em área não pertencente à Câmara Municipal, que não a poderia pois ter vendido.
Sobretudo preocupado com a satisfação dos impulsos narcísicos, Luís Gomes conseguiu transformar Vila Real de Santo António num enorme parque de estacionamento pago a céu aberto e pretende acabar o seu último mandato com a transformação de todo o litoral do seu município com hotéis a taparem quase todos os acessos ao mar. Não admira que os conterrâneos já suspirem de alívio graças à certeza de o verem pelas costas.
O pior é ele prometer-lhes, que se vai dedicar à música, pelo que haverá ali intenção de chegar a cantor pimba ao estilo tony silva. Preparem-se, pois, os tampões para os ouvidos!
Embora já em 2010 o governo de José Sócrates o tivesse avisado da ilegitimidade de se apossar de uma faixa de território, que pertence ao domínio público nacional e não pode ser ocupado com equipamentos permanentes, o autarca sentiu-se suficientemente protegido pelo executivo de Passos Coelho para levar a sua intenção avante e se pusesse a vender aquilo que não era seu. Com que objetivos pessoais, deveria caber ao Ministério Público investigar. Porque está em causa um comportamento muito mais grave do que uma mera deslocação ao futebol.
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