1. O CDS está bem ciente que António Costa não demite ministros ou o Chefe de Estado Maior do Exército só porque o exige diariamente nas televisões. Mas não tendo outro fio argumentativo, que sustente a apresentação de alternativas credíveis para a governação do país, esse é o mais fácil de adotar, o mais preguiçoso. Por isso eis Assunção Cristas a repetir diariamente a mesma ladainha do necessário corte de cabeças. Até à náusea! E o seu problema é precisamente esse: de tanto a verem a repetir sempre o mesmo, o eleitorado acaba por se cansar. O resultado tê-lo-á em outubro, quando sofrer pesada derrota eleitoral em Lisboa.
Estará ela preparada para que, então, haja quem no interior do seu partido lhe exija a demissão com igual compulsão?
2. Os deputados das direitas ou são muito “daah” ou atuam totalmente de má fé ao quererem associar as cativações decididas por Mário Centeno como «cortes» na despesa pública o que é redondamente falso. Pelo contrário, relativamente a 2015, a despesa pública subiu na grande generalidade dos ministérios.
Ademais, e por força da lei, esse instrumento de gestão orçamental não incidiu no funcionamento direto das escolas, hospitais e não afetaram as despesas feitas ao abrigo da Lei de Programação Militar.
Quer isso dizer que, quando o abjeto Leitão Amaro associa as cativações aos mortos de Pedrógão mente com todos os dentes da boca. Quando os seus colegas de bancada alegam a mesma razão para justificar o assalto ao paiol de Tancos ou aos problemas do Serviço Nacional de Saúde incorrem assumidamente na lógica das «fake news».
Pelo contrário se há algo que este governo anda a fazer é inverter a tendência para os cortes nas principais despesas do Estado, que as direitas tinham aprovado sem o mínimo critério. Ao ver políticos do PSD e do CDS Nicolau Santos tem razão para se admirar, quando solta um surpreendido «Ena» por descobrir agora «tantos defensores do Estado, que estavam escondidos!».
3. Quer com a nomeação do antigo responsável pela Proteção Civil durante o governo das direitas para representar o CDS na Comissão «Independente» ao incêndio de Pedrógão até aos generais, que agora pediram as demissões, sente-se o espírito de vingançazinha mesquinha dos que tinham as mordomias dos cargos e as perderam, ou dos que aspiravam a ser nomeados para eles e se viram preteridos pelo atual governo. Este está a ser, pois, o tempo dos espíritos desprezíveis ganharem o seu quarto de hora de fama. Tão efémera, tão efémera, que daqui a um par de dias já ninguém se lembra da sua existência.
4. Hugo Soares está para o PSD como Nuno Melo para o CDS: são tão detestáveis, que quase conseguem fazem parecer inócuos na virulência os colegas de bancada. Olha-se para ambos e adivinham-se as sórdidas palavras, que lhes sairão das imundas bocas.
Tendo natureza de pascácio, o novo líder parlamentar laranja merece o cargo, porque representa um partido do qual Sá Carneiro seria o primeiro a afastar-se, por certo enojado com a degradação ideológica, que o contamina. No fundo os partidos têm os líderes que merecem: as direitas contam com gente da estirpe dos que conhecemos. Nas esquerdas encontramos, felizmente, quem possui sólida consciência social e a determinação sincera em melhorar a qualidade de vida da grande maioria dos seus concidadãos.
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