Não duvido que os políticos e os opinadores das direitas nas televisões e nos jornais acreditam piamente na possibilidade do fim do estado de graça do governo de António Costa. Mesmo que todos os indicadores económicos e sociais estejam a conhecer uma evolução favorável acima do expetável, a tragédia de Pedrógão Grande e o roubo em Tancos serviram de rastilho para Cristas cacarejar pela demissão dos ministros e levar atrás de si uma catrefa de despeitados, que se impacientam com o rumo favorável seguido pelo país guiado por tão competente governação.
A situação lembra os primeiros meses de vida do executivo, quando semana si, semana sim, havia um coro quase uníssono a prever a sua queda iminente. Mantendo-se impassível, acima de todas as aparentes tormentas, António Costa mostrava nervos de aço na forma como resistia a todos os ataques e até insultos.
Agora voltou a repetir a reação, escusando-se a interromper as férias para vir acatar aquilo que novo coro quase uníssono lhe pretende exigir.
Há algo que tal gente não descortina: os seus esforços estão condenados ao fracasso. Não será um acontecimento terrível com origens naturais ou a incúria criminosa de quem facilitou o furto nas instalações militares a molestar o apoio popular ao governo. Tanto mais que os indicadores continuam a apontar na mesma direção: agora até a dívida está a descer.
Tal como Shakespeare glosou no título de uma das suas mais conhecidas obras, verifica-se muito barulho para nada.
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