O artigo de três conhecidos economistas do FMI - Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani, e Davide Furceri - que, há algumas semanas, agitou o mundo dos negócios, ao reiterar a opinião de tantos críticos da agenda neoliberal, não significou o fim da História dessa escola de pensamento, mas o início da sua declaração de obsoleta. É que, se esses insuspeitos analistas da evolução macroeconómica do planeta, reconhecem às teses dos discípulos de Milton Friedman a explicação para o crescimento de muitos países, outrora tidos como subdesenvolvidos e transformados em BRIC’s, também lhe apontam a origem da especulação e das crises financeiras inerentes à desregulação acelerada da legislação anteriormente existente. Desde os anos 80 os investigadores do FMI rastrearam 150 crises agudas em 50 países.
Por outro lado a política de austeridade, que constitui outra das faces da moeda da agenda neoliberal também fez estagnar o crescimento económico e aumentar as desigualdades sociais.
Tudo isto serve para concluir que, não apenas por questões de justiça social, as receitas neoliberais têm de ser cerceadas: o que o estudo em causa demonstra é tal ser necessário por uma questão de lógica económica. O que torna os decisores de Bruxelas relativamente às possíveis sanções a Portugal e a Espanha nos arautos de posições sem futuro: representam aquele derradeiro fulgor de um rio, que está prestes a secar e a morrer...
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