Passaram-se três semanas sobre o início da guerra na Ucrânia e já pecam por excesso as notícias dela provenientes levando os jornais e as televisões a substituírem-nas por outras, que consigam manter apegadas as audiências pagas pela publicidade.
Foi assim com a pandemia, assim começa a suceder com esta guerra. Às tantas a explosão de gás num prédio da Amadora ganha relevância maior do que as ocorridas nessa mesma manhã naquele distante cenário que já atingiu os paroxismos da violência, da brutalidade, do sofrimento das vítimas. E logo se soma um terramoto no Japão com potencial para novo tsunami!
Replica-se situação conhecida nos tempos da Primeira Guerra, quando milhões partiram para os campos de batalha julgando-se em pouco mais do que aprazível passeio e o suplício das trincheiras prolongou-se por quatro anos. Às tantas, noticiando-a ficam os boletins a darem conta nada de novo ocorrer na frente ocidental...
Às tantas serão os governos, a contas com o aumento da energia e da inflação, a desejarem que uma qualquer paz se restabeleça, mesmo contra o sentido das emoções por eles próprios exacerbadas nestas primeiras semanas. Virá a real politik, a da incontornável economia a impor-se na mente dos estúpidos. Mas, nessa altura, muitos terão sido os mortos e feridos de um conflito, que mudará a forma como antevíamos o nosso futuro continental. Com todo um país destruído por reconstruir...
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