segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O CDS não é amigo das famílias, mas sim de uma minoria de famílias


Assunção Cristas foi ministra ativa num governo que muito mal fez às famílias. Os ministros do CDS estiveram na linha da frente de muitas das decisões, que obrigaram os jovens a partirem para outras latitudes em busca de sobrevivência, eximindo-se, os que ficaram, em constituírem novos núcleos familiares. Com o desgoverno das direitas a taxa de natalidade desceu a valores até então desconhecidos. 
Esperar-se-ia, pois, que as políticas em prol das famílias e da natalidade justificassem que Assunção Cristas enfiasse a cabeça na areia para não ver, ou assobiasse ruidosamente para não ouvir as propostas concertadas e executadas pela atual maioria governamental nos quase três anos de substantivas mudanças em tais matérias. Seria julgar Cristas capaz de um mínimo de vergonha, que não tem. Porque, na semana passada, voltou a fazer um enorme alarido com propostas que João Galamba tratou de desmascarar num discurso incisivo na Assembleia e num artigo hoje publicado no site do «Expresso».
O deputado socialista denunciou que praticamente todas as propostas do CDS iriam beneficiar só as famílias com muitos filhos e mais elevados rendimentos. Ou seja: “O CDS não é amigo das famílias, mas sim de uma minoria de famílias.”
Em contraponto as medidas do Governo e da atual maioria aumentaram diretamente os rendimentos das famílias com filhos, que o CDS prometia apoiar, mas de facto, eram convidadas a acreditarem num logro.
O fim do quociente familiar  - que o CDS tanto contestou - representou uma redução adicional de 400 milhões de euros no IRS pago pelas famílias com filhos. O abono de família, que aumentou para as crianças até 36 meses de idade e foi alargado ao excluído 4º escalão de rendimento, garantiu aumentos  até 1400 euros anuais às famílias beneficiadas.
E que dizer da gratuitidade dos manuais na escola pública, que irá ser alargada até todos os alunos do ensino obrigatório? Ou a cobertura cada vez mais ampla do pré-escolar a todas as crianças a partir dos três anos de idade? Ou a reposição do Rendimento Social de Inserção às famílias que dele dependem para sobreviverem e que o desgoverno de Passos, Portas & Cristas eliminara?
Adotando o que dizia o personagem de Ricardo Araújo Pereira, quando ainda dizia algo de jeito, as direitas falam, falam, mas só destruíram e semearam desesperos. Pelo contrário as esquerdas vão construindo e recuperando a capacidade de ganhar esperança num futuro bem melhor.

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