domingo, 7 de outubro de 2018

Onde (ainda) se escreve sobre Tancos, professores, múmia de Boliqueime e do desventurado André


Do que li no fim de semana vale a pena realçar o texto de Alfredo Barroso a respeito de mais uma campanha de manipulação da informação por parte de alguns órgãos de comunicação social, que usam Tancos como arma de arremesso contra o governo, por interposta propaganda das direitas:  Assunção Cristas, acolitada pela direita "arruaceira" do CDS-PP e pela "ala trauliteira" do PPD-PSD, estarão à beirinha de consumar um autêntico "milagre" político-judicial, que consiste em convencer a opinião publica (tal como a publicada, claro!) de que quem "fanou" aquelas armas e munições obsoletas do paiol de Tancos e encenou a "milagrosa aparição" delas - não em Fátima, nem no regaço da Rainha Santa Isabel, mas na Chamusca - foi o Ministro da Defesa Azeredo Lopes...
Quanto aos militares em geral - e aos oficiais de quem se fala, em especial - nenhum deles fez nada, credo! "It's an injustice" estar a interrogá-los e a prende-los, porque eles é que são os verdadeiros "calimeros" desta cegada, "heroicos" defensores duma Pátria "desarmada" em Tancos. Tudo o que eles fazem é sempre "a bem da Nação". E mai' nada, percebem?! Não percebem? Então vão, mas é, «pentear macacos»...”
Noutro texto interessante, Virgínia da Silva Veiga recorda o exemplo de Professor (com P grande), que foi o de Agostinho da Silva para o comparar com o triste exemplo da trupe arruaceira de Mário Nogueira e Cª. E enaltece a reação de Marcelo perante o ataque de que se viu alvo: “Nogueira levou do Presidente da República a maior bofetada de luva branca de que há memória: “agendamos uma audiência” – foi quanto lhe disse Marcelo, nem mais uma sílaba, frase que é, para bom entendedor, dizer que se não justifica não a ter solicitado, estar ali, e vir ali perturbar uma cerimónia oficial. Foi um “dê-se ao respeito” a quem por ele clamava não o tendo.”
Apesar de convocados por dez sindicatos, os vinte mil manifestantes, que terão estado nas ruas de Lisboa, demonstraram que a sua luta está definitivamente derrotada, porque a maioria dos portugueses já compreendeu o que está em causa: pode não haver disponibilidade financeira para outras classes profissionais merecedoras de idênticas regalias, mas para eles tem de haver, seja lá como for. E perante tal egoísmo corporativo até se arrogam de exigirem que para com eles haja respeito. Ora será que merece respeito quem traz ruído a cerimónias nacionais ou distribui panfletos a turistas como se eles tivessem o que quer que seja com as suas reivindicações? E que dizer da chantagem de quem ameaça não prestar doravante apoio a alunos com dificuldades de linguagem? É isto que prefigura o que deve ser um professor?
Bem pode ameaçar Nogueira quanto à forma como o eleitorado reagirá à sua guerra com o governo, que não é difícil concluir que a grande maioria dos portugueses está contra si e contra quem ainda se deixa arrastar pela forma trauliteira como encara o sindicalismo.
De orelhas a arder pela forma indecorosa como tem agido no espaço mediático, também estará a múmia de Boliqueime, sobre quem Jorge Sampaio referiu a necessidade de os presidentes de ontem e de hoje se deverem respeitar, poupando-se às alarvidades ouvidas a quem constituiu uma nódoa na História dos titulares do cargo em Democracia.
Quem não terá, igualmente, gostado das cerimónias de comemoração da República foi o vereador racista de Loures, que entendeu o discurso de Marcelo como um ataque à sua pessoa. Tendo a Concelhia laranja contra si, Montenegro a recusar servir-lhe de marioneta para o ataque a Rui Rio, o desventurado André tomou juízo e regressou ao anonimato de onde jamais deveria ter emergido.
A concluir importa referenciar um texto de Manuel Loff, particularmente oportuno numa altura em que um indisfarçável fascista ameaça tornar-se presidente do Brasil. Escreve o historiador: O discurso da paranoia securitária, não só culpabiliza minorias étnicas e grupos sociais inteiros (que podem ir dos muçulmanos em países ocidentais aos pobres e favelados no Brasil, suspeitos de parasitarem o Estado e de serem ameaças potenciais de roubo e violência), como justifica suspender, na prática, a democracia. (...) O fascismo nunca triunfa só com fascistas. Os que lhes emprestam credibilidade (e lhes dão o voto) é que são o problema. Um dia acordamos com eles no governo. A criar raízes.”

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