domingo, 17 de junho de 2012

A urgência da cura da doença infantil dos socialistas europeus


A maioria absoluta dos socialistas franceses e os resultados das eleições gregas - que constituíram uma vitória de Pirro para a direita -confirmam a mudança de paradigma ideológico na condução dos governos europeus.
Claro que desejaria estar alegremente a dobrar a finados pela direita neoliberal, o que ainda não é caso para tanto. Mas torna-se cada vez mais evidente a incapacidade dessa área política em conseguir soluções exequíveis para as aspirações dos seus eleitores. Assim como a possibilidade de surgirem novas alternativas, que tragam a esquerda de regresso à sua matriz original: a de criar ideais de utopia em que a igualdade, a justiça e a solidariedade entre os povos constitua regra de satisfação obrigatória.
Pena é que os socialistas ainda tardem a associar-se a essa revolução iminente, já anunciada pelo Syriza grego e a que o Manifesto por uma Nova Esquerda pode dar sequência entre nós.
Enquanto militante com mais de um quarto de século de ligação efetiva ao Partido Socialista, sinto-me cada vez mais dececionado com um  líder, que lembra todos os dias o célebre princípio de Peter. E as eleições distritais deste fim-de-semana promoveram a líderes distritais uns quantos barry lindons modernos, que mostram grande competência para a auto-promoção, mas ainda deverão desmentir aquilo que suspeito: a de se tratarem de lamentáveis erros de casting.
E o problema não é apenas nacional, porquanto, apesar da vitória absoluta, os socialistas franceses viram a sua antiga candidata presidencial Ségolène Royal ser hoje derrotada em La Rochelle por um rival, apenas apostado no seu interesse pessoal em detrimento do partido donde emergia, nem que para tal contasse - como contou - com o apoio empenhado de toda a direita local.
A política politiqueira dos pequenos arrivistas locais: eis a doença infantil que faltará ser vencida pelos socialistas europeus...

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