Três dias passados sobre a vitória dos replicantes de Pedro Passos Coelho nas eleições gregas, já estão mais calmos os que celebraram entusiasticamente a derrota do Syriza e se apressaram a dar parabéns calorosos ao novo primeiro-ministro, Antonis Samaras. É que os tais mercados, que iriam ficar mais calmos com o conformismo dos esfomeados gregos na aceitação da endeusada austeridade, voltaram a apertar o garrote em torno da Espanha e da Itália, com Chipre sempre na beira do precipício.
Dois artigos, hoje publicados na imprensa portuguesa, explicam porque é que é precipitada a festa em torno de Samaras. Lembra Luís Rego no «Diário Económico»: O provável primeiro-ministro, Antonis Samaras, é um dos responsáveis pelo estado do país e um parceiro infiel por vocação. Nos anos 90, derrubou o governo conservador de que fazia parte. Formou um novo partido e perdeu as eleições. Voltou e em 2010, numa deriva populista, boicotou a política de austeridade do governo socialista para provocar eleições antecipadas. Fez discursos tão inflamados que foram citados nos comícios do Syriza. Apertado por Bruxelas, virou o bico ao prego já no início deste ano. É um homem de princípios, portanto.
Mas é lamentável, que sejam os socialistas do PASOK a garantir-lhe o apoio necessário para adiar a reviravolta, que Merkel, Passos, Rajoy & Cª mereciam. Voz avisada dentro do nosso Partido Socialista, a de Pedro Nuno dos Santos comenta no «i»: A Terceira Via morreu e a social-democracia ainda não se reencontrou. Só o desnorte ideológico, a recusa de arriscar uma alternativa política e a falta de coragem de romper com a parceria mais ou menos envergonhada com a direita liberal e austera explicam o desastre eleitoral dos socialistas gregos.
Este é o tempo em que os socialistas não podem ser choninhas com o estado de coisas a que os neoliberais levaram a Europa comunitária.
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