O faro político de Marcelo vem confirmar o que andamos a presumir há já um par de semanas: dificilmente Passos Coelho vai conseguir manter Miguel Relvas no Governo, já que a sua contestação deixou de se limitar à esquerda, passando a abranger áreas importantes da base social situada à direita do espetro político. E como os indicadores económicos demonstram que a receita neoliberal está a romper pelas costuras em toda a União Europeia, é a própria realidade, que se apressa a tocar o dobre de finados pela ideologia de que Passos & Relvas se quiseram fazer arautos.
O problema será a pesada herança deixada por apenas um ano de (des)governação. Tanto pior quanto mais durar o estertor de tão moribunda conceção de organização política e social.
Será necessário encontrar soluções para devolver empregabilidade a desempregados, que não têm hoje qualquer esperança em recuperarem o seu direito ao trabalho.
Importará ressuscitar os melhores padrões de desempenho do Serviço Nacional de Saúde, eliminando a visão economicista, que leva por exemplo o Ministério a impedir a utilização de fármacos em doentes cancerosos, por se limitarem a «apenas» lhes prolongar mais uns meses a sua inevitável condenação à morte.
Tornar-se-á imperativa a recuperação de uma perspetiva de ensino em que se estimulem os juízos críticos e as capacidades em alcançar as respostas por recurso á inteligência, em vez da tendência para o acéfalo marranço como tem pretendido o lamentável Nuno Crato.
E poderíamos alongar-nos aqui em enumeração de tantas inflexões urgentes a impor às direções tomadas pelo Governo de direita nos mais variados setores de atividade do país.
Para já importa correr com Relvas & Cª como forma de higienizar o ambiente político. A partir daí ficam criadas as condições para tudo melhorar…
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