Não deixa saudades o mandato de Lenin Moreno, que termina sem glória o mandato de presidente do Equador em que foi empossado há quatro anos para dar continuidade à governação de Rafael Correa, mas ao qual prontamente tomou por inimigo principal, promovendo-lhe uma mais do que suspeita condenação judicial por corrupção num tipo de estratégia das direitas latino-americanas, que teve igualmente expressão significativa no Uruguai, na Argentina, no Peru ou no Brasil de Lula.
Traindo os ideais de esquerda que, supostamente, deveriam ser os seus, Moreno privatizou tudo quanto pôde, degradou os serviços públicos, retirou a Julian Assange a proteção diplomática de que usufruía em Londres, permitindo que a polícia inglesa o fosse capturar na própria embaixada e, mais recentemente, fez uma gestão catastrófica da pandemia não se podendo esquecer as imagens de mortos abandonados nas ruas de Guayaquil.
Se a CIA, e outras agências que tais, viram nele a marioneta disposta aumentar o isolamento de Cuba e da Venezuela na América Latina, a sua incompetência foi tal que sai do poder com menos de 10% de aprovação no seio dos equatorianos. Agora seguir-se-á provavelmente Andrés Arauz, tido como protegido de Correa, e que, para além de infletir a péssima gestão da crise sanitária, enfrentará o garrote do FMI, um legado de Moreno preparado para os seus esquivos patrões verem satisfeitos os mesmos objetivos por outros meios, menos óbvios, mas não menos eficientes.
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