Quando Maria João Marques mudou-se de armas e bagagens do Observador para o Público senti a tentação de alinhar na lógica das teorias da conspiração e interpretar o caso como fruto da estratégia dos think tanks ligados àquela publicação para melhor disseminar os seus ideólogos pelo resto da imprensa não tão associável ao seu ideário ultraliberal.
Se leio os textos da referida economista é para aferir a validade desse prognóstico, que não foi ainda corroborado, nem muito menos desmentido.
De qualquer forma, tal como na véspera João Miguel Tavares lamentara na última página do jornal da SONAE, que desacreditava na hipótese de uns quantos opinadores com prazo de validade mais do que excedido (Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves) em como António Costa estaria a dar as últimas, também ela veio agora carpir as mágoas de ter a direita em cacos concluindo que “enquanto não existirem ideias que apelem e conquistem o centro; enquanto não entenderem que ganhar eleições é conseguir governar e não somente obter, todos juntos, mais votos que o PS; e se se mantiverem entrincheirados insultando os eleitores centristas e moderados – bem, o PS terá na direita o garante de continuar governo por muitos anos. Nem precisará de governar bem. Só de não descarrilar as contas públicas.”
Não é que estas reiteradas confissões de impotência nos possam descansar e distrair-nos de quanto, à esquerda, deveremos nortear os contínuos esforços para impedirmos as direitas de nos voltarem a infernizar a vida, tal qual fizeram entre 2011 e 2015. O PS, o Bloco e a CDU devem aproveitar a conjuntura, agreste para com o campo contrário, para consolidarem as raízes de uma governação eficiente na melhoria da qualidade de vida dos portugueses e num maior equilíbrio nos seus rendimentos. Quanto às direitas, extremas ou não, deixemo-las a lamber as feridas das suas derrotas recentes e futuras.
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