Sou capaz de dar razão à realizadora Teresa Villaverde quando, num texto inserido no «Público» de hoje, aventa a hipótese de ainda não termos encontrado a forma mais correta para escrever sobre a ignóbil criatura. Mas corrobora a ideia de não nos silenciarmos a seu respeito - algo que acabaria por o beneficiar, porque quem cala consente! - sendo mais adequado denunciarmos o que estaria em causa se, para nossa infelicidade, ele tivesse sucesso na sua estratégia. Por isso conclui com uma ressalva: “temos que assumir que o Ventura nos está a dar um baile, e não é nenhuma vergonha assumir isso agora. Vergonha será, se um dia mais tarde, tivermos que assumir que dançámos a música que ele quis. Digo “ele” por ser mais simples, claro ele não está sozinho no mundo, e alguém lhe pôs o violino nas mãos. Dará trabalho resolver este problema, mas resolve-se. Acredito.”
Eu também acredito que dará trabalho, mas será possível reduzi-lo à insignificância do seu modelo ideológico. Por todas as razões que as excelentes reportagens de Pedro Coelho, às segundas-feiras na SIC, nos vão revelando. Mas, sobretudo, porque as ideias originais não são por ali muito pródigas, sendo frequente o recurso aos mesmos argumentos da aventesma ainda residente na Casa Branca por mais uma semana. Senão veja-se o que tem dito nestes últimos dias sobre a contagem dos votos como se, replicando o protótipo, encontrasse motivo para, na noite do dia 24 de outubro, assombrar o sossego dos portugueses com a reclamação de uma fraude só por ele identificada.
Para acontecer a resolução do problema a nosso contento até ajuda o desaparecimento dos radares dessa tal aventesma, seja atrás das grades de uma prisão, seja das de um manicómio. Porque, nessa altura, que padrão será seguido pela ignóbil criatura para continuar a dar-se ares de uma importância que, em definitivo, não tem?
Muito BOM .
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