terça-feira, 5 de março de 2019

A rapina das riquezas africanas como causa da emigração para a Europa


A desigualdade entre países ricos e pobres vai expressando-se de muitas formas, e um exemplo eloquente é o que se passa no Senegal, em cujas zonas costeiras, arrastões estrangeiros andam a rapinar todo o peixe ai existente. As consequências são trágicas: toda a economia local, que se fundamentava nesses recursos piscícolas, ficou em causa, e os pescadores ainda veem perigada a vida com frequência como resultado das colisões desses barcos estrangeiros com as suas frágeis pirogas.
Números recentes denunciam o crescimento do consumo de peixe na Europa em contraponto com a sua quebra em África. Razão para concluir sobre a existência de uma progressiva transferência do consumo de proteínas dos países pobres para os países ricos. O que só justifica a abordagem internacionalista do que se vai passando na política internacional, contestando-se, tanto quanto possível os fatores de injustiça, que se estabelecem entre populações das diversas áreas geográficas. Porque uma das consequências do empobrecimento das populações africanas é a ânsia com que pretendem emigrar para a Europa, vista como resposta para a depreciação da exígua qualidade de vida a que se haviam habituado.
Quando os racistas das redes sociais defendem a deportação dos milhares de desesperados, que arriscam a vida na travessia do deserto e do Mediterrâneo, deveriam ter em conta o que a tal os motiva. Compreendendo que são os europeus ou os asiáticos que, espoliando populações inteiras das suas riquezas as obrigam a procurar onde possam sobreviver.

Sem comentários:

Enviar um comentário