Tem sido profilático um certo alheamento do que as televisões vão debitando, até porque a tragédia de Moçambique ocupa percentagem significativa da matéria informativa e o resto quase fica só entregue ao futebol. Ou, pelo menos assim parece, ao limitar-me a olhar para a RTP3, porque as demais estações são de fugir. Mas deverá provir delas a campanha que as direitas vêm fazendo a propósito das ligações familiares entre alguns membros do governo e os staffs que os apoiam. A tal ponto que Marcelo decidiu potenciar a questão sacudindo a água do capote como nada com ela tendo a ver, fazendo ressurgir Cavaco do seu olvido para voltar a lembrar-nos o pior de quanto mau é. E não falta à festa o Bloco de Esquerda para aludir a uma pretensa ética republicana, que é só sofisma para a total falta de vergonha para a evidência do acerto de uma expressão francesa, que se ajusta como uma luva ao seu conluio com as direitas: «Tous les beaux esprits se rencontrent!». Sobretudo, porque em nenhum dos casos «denunciados» se põe em causa a competência dos visados para os desempenharem e, não se poder comparar a nomeação para cargos e funções transitórias, durando enquanto existe este Governo, com as ocorridas nos tempos das direitas em que elas ganharam efeitos definitivos, vide a decisão sobre o Pavilhão Atlântico a favor do genro de Cavaco ou a contratação do filho de Durão Barroso para o Banco de Portugal.
O que está a acontecer é a tentativa das direitas e do Bloco em lançarem uma nuvem de poeira espessa para os olhos do eleitorado, que o iniba de ver o quanto se conseguiu nestes quatro anos de governação socialista: aumento significativo nos rendimentos das famílias, agora alavancado pelos passes sociais, a redução do desemprego a mínimos a que, há muito, nos desabituáramos e a revogação de todos os cortes operados por Passos, Cristas & Cª enquanto foram governo. Ao mesmo tempo conseguiu-se um significativo superavit na balança comercial, permitindo reduzir a dívida do Estado português, que assegurou merecida reputação junto das agências de notação financeira. Ademais, com as eleições de António Guterres, Mário Centeno e António Vitorino para os cargos agora desempenhados confirma-se o que este governo conseguiu: uma imagem internacional muito positiva do país, que a todos nos deve orgulhar.
Razão de sobra para intensificar o entusiasmo por fazer da candidatura do PS às próximas europeias um merecido sucesso. Porque, contrariando quem anda a questionar-se se a Europa é aqui ou acolá, nós somos verdadeiramente Europa!
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