terça-feira, 14 de julho de 2015

Seis notas de uma voz desafinada

1. Já se pressentira essa evidência aquando da realização dos exames nacionais: apesar de condenado ao “prémio” de pior ministro da educação do período decorrido desde o 25 de abril, nuno crato terá influenciado o Instituto de Avaliação Educativa para que as provas deste ano fossem menos exigentes. Para se iludir considerando ter existido uma melhoria de conhecimentos nos alunos do secundário durante a sua tutela. Mas, quer a Associação de Professores de Matemática, quer a Sociedade Portuguesa de Matemática já denunciaram a falácia, tirando gás à campanha demagógica, que ele muito gostaria de desenvolvera partir dos resultados acabados de anunciar.
2. Apesar dos dados mais recentes da Eurosondagem terem sido lidos de maneira a “corroborar” as teses de um empate técnico entre direita e PS eles não deixam de considerar António Costa como o líder mais popular (+18,9% vs. resultado negativo de passos coelho em 2,3%). O que significa uma diferença de mais de vinte pontos entre ambos.
E contra os seguristas, que ainda não desistiram de promover a candidatura presidencial de Maria de Belém, vê-se que Sampaio da Nóvoa lhe leva a palma em mais de 8%, e com potencial de crescimento, que as semanas não deixarão de demonstrar.
3. Durante semanas a fio os telejornais, e muito particularmente ana lourenço na SIC Notícias, andaram a verberar o PS por não ter programa eleitoral. Agora que ele está mais do que documentado, não mostram idêntica preocupação por ainda não se conhecer o da direita. Muito embora saibamos o que ele implica na realidade: mais do mesmo, que a maioria dos portugueses tem execrado nestes quatro anos.
4. Sobre a detenção de Armando Vara por ordem de rosário teixeira, acolitado por carlos alexandre, a reação definitiva é a de João Araújo: Quando o processo começa a patinar, prende-se alguém. Não interessa quem, nem porquê...
Em definitivo o procurador e o juíz responsáveis pelo processo lembram as baratas tontas, que ziguezagueiam sem encontrarem a saída pretendida para o labirinto em que se enfiaram.
Não admira que a mesma sondagem do «Expresso» mostre que só 14,4% dos portugueses considerem correto o comportamento do Ministério Público no que diz respeito a José Sócrates e que só 31,3% descreiam de se tratar de um caso de prisão política.
5. A notícia passou quase despercebida nos jornais: a semana transata, a Grécia destronou a Itália como o principal ponto de chegada de imigrantes e refugiados à Europa. No primeiro semestre do ano mais de 68 pessoas chegaram a território helénico através do Mediterrâneo, sem que se conheça um incremento de episódios racistas como tem acontecido noutras paragens. O que só constitui motivo adicional de admiração pelo povo grego.
6. Igualmente pouco divulgadas as operações financeiras da Fosun na Fidelidade, tirando dela mais dinheiro do que nela investiu com a privatização (1100 milhões de euros). “De forma simplificada, é como se a Fosun tivesse comprado a Fidelidade com o dinheiro da própria Fidelidade e ficasse ainda com algumas centenas de milhões de euros adicionais”, escreveu Ricardo Cabral no «Público».
 Manifestamente muitas das privatizações deste governo merecem ser tratados como casos de polícia.  Autênticas «Privatarias» como denunciaram Mariana Mortágua e Jorge Costa num livro interessantíssimo acabado de publicar. 

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