domingo, 26 de julho de 2015

Perplexidades contraditórias

A notícia de que os procuradores encarregados do caso BES não pretendiam que carlos alexandre impusesse a prisão domiciliária como medida de coação revela diversas perplexidades de sentido contrário, que podemos sintetizar em três perguntas que se contradizem:
- quais os critérios da Justiça à portuguesa em que os arguidos aparentemente responsáveis por milhões de prejuízos ao Estado (sejam do BES, do BPN, do BPP ou dias loureiro) ora ficam em prisão domiciliária ora passeiam-se em liberdade enquanto, sem provas que o inculpem, José Sócrates continua preso?
- terá sido por mesquinhez que o juiz facultou a ricardo salgado uma alternativa (prisão domiciliária sem pulseira eletrónica e com dispendiosa polícia à porta), que negou a José Sócrates, razão para ter sido então criticado por alguns comentadores do caso?
- entenderá carlos alexandre que, contrariando o parecer dos procuradores e promovendo uma imagem de juiz inflexível, melhor se resguardará  do que vier a enfrentar quando se tiver concluído nada ter sido comprovado a respeito do antigo primeiro-ministro?
Há algo que, porém, parece estar a acontecer: as recentes detenções de Armando Vara e de salgado podem configurar uma tentativa de influenciar a campanha eleitoral numa altura em que até vozes habitualmente sensatas, como normalmente sucede com Pedro Santos Guerreiro, não se coíbem de associar o PS de Sócrates ao antigo DDT («dono disto tudo»).


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