Muito bom o artigo «A direita radical encontrou o ‘fim da história’ e chamou-lhe realidade», que Pacheco Pereira assinou na edição de ontem do «Público».
É que a política europeia foi tomada de assalto por uns quantos dirigentes da direita, ou por eles ingloriamente pervertidos, que têm escassa cultura, pouca memória histórica e a arrogância inerente a essa mesma ignorância. E encontraram para a impor uma multidão de “jornalistas” e “comentadores” eivados dos mesmos traços de (falta de) carácter.
Só assim se compreende que queiram descrever a realidade de acordo com a ficção imaginativa cristalizada nas suas cabeças. Os sinais de crise económica e social são evidentes mesmo nos mais martelados indicadores oficiais, e no entanto eles veem céus azuis e sóis brilhantes a iluminarem todo o firmamento.
Os defensores da TINA - “there is no alternative” - acabaram de impor uma odiosa humilhação ao povo e ao governo gregos, convencidos de terem estancado as vozes dissidentes.
Quanto se enganam! É o que aqui tenho opinado e que é corroborado na prosa de Pacheco Pereira.
As merkeis, os schäubles e seus aliados não parecem ter compreendido que o exercício bruto do poder significa o toque de finados pela sua aparente força.
Na conclusão do seu texto, Pacheco Pereira contata que a História “está a mover-se e mais depressa do que imaginam e não é para o lado da ‘realidade’. É para o lado de que há ‘alternativas’.”
Em tempos que já lá vão também existiram uns bacocos, que acreditaram na “realidade” imutável de coisas tão hediondas como a escravatura, os impérios por mil anos ou o apartheid.
Sabemos onde acabaram!
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