1. A notícia era esperada há já vários dias, mas não chega a tempo de salvar o verão da indústria turística do país: a inexistência de mortos por covid entre domingo e segunda-feira confirma a melhoria significativa dos indicadores reportados diariamente pela DGS e a justeza de quanto por ela vem sendo definido. Mas existe uma convergência entre a Ordem dos Médicos, alguns meios de comunicação e os obscuros interesses que convergem nos partidos das direitas para retirar importância a quanto merece ser enfatizado, daí que logo surgisse em contramão a notícia do aumento de óbitos em 26% em julho relativamente ao período homólogo de 2019, dos quais apenas 1,5% se explicam pelo malfadado vírus.
Baterias logo apontadas às consultas não efetuadas a uma população envelhecida e com males crónicos. Pode ser verdade, mas a realidade é esta: à medida que esse envelhecimentos se vai acentuando é natural que se multipliquem os funerais. E não há medicamentação, que possa impedir aquilo que é o desiderato óbvio de vidas longas e em que se foram instalando as causas da sua degenerescência. Comprovei-o neste mês, que serviu de referência para a comparação em causa: os casos que afetaram familiares e conhecidos já estavam mais do que anunciados. E os golpes de calor apenas os precipitaram.
Que os críticos do costume queiram aproveitar-se dessas mortes para atirar mais pedras ao governo só demonstra bem o tipo de escrúpulos, que lhes falta.
2. Na mesma demonstração de falta de vergonha esteve quem se quis aproveitar dos mortos e feridos junto à estação de Soure para criticar a falta de investimento num sistema de segurança, que poderia ter evitado o embate do comboio Alfa com a composição, que andava a proceder à reparação das catenárias.
Vão-se a ver as razões para esse investimento ter sido travado e conclui-se que o sistema em causa é objeto de indecoroso monopólio pela Bombardier, que por ele pede injustificadas fortunas. Têm-se procurado alternativas, mas elas não existem disponíveis no mercado. Razão que leva a Infraestruturas de Portugal a pedir à Comissão Europeia que bloqueie a compra da Bombardier pela Alstom sem que esta se comprometa a acabar com o monopólio desse sistema de controle de velocidade.
3. Na continuação de novelas anteriores ficou-se, entretanto, a saber que Agostinho Branquinho, o antigo deputado do PSD e secretário de Estado do desgoverno de Santana Lopes, não vai responder apenas pelo tráfico de influências relacionado com a construção de um hospital privado em Valongo, porque se soma agora novo processo sobre fraude fiscal e branqueamento de capitais denunciados por documentos facultados pelas autoridades suíças. Igualmente do norte do Pais, ficou-se a saber da passagem de Juan Carlos pelo aeroporto de Pedras Rubras para tomar o avião para a República Dominicana onde conta ficar a salvo dos processos de corrupção sobre ele investigados pela Justiça espanhola.
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