quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Contra o fascismo não pode haver só sensatez!


Há uns meses atrás o gesto do jogador Marega fez notícia nos jornais e nos audiovisuais, mas não teve consequências: os energúmenos de Guimarães, que o ofenderam e forçaram a sair do campo continuam sem ser levados à Justiça embora não faltem imagens do seu odioso comportamento.
Quando Bruno Candé foi assassinado na rua em Moscavide não houve clamor público contra o deputado fascista, que quis justificar o assassino como se a culpa fosse atribuível à sua vítima, mentirosamente difamada.
Perante a exibição de força de vinte imitadores do Ku Klux Klan em frente à sede do SOS Racismo sei de quem a tenha minimizado, ainda fundamentado na antipatia pessoal por Mamadou Ba, que terá achado demasiado veemente quando, meses atrás, denunciou a escalada racista em curso no país.
Agora há três deputadas e sete outros ativistas e seus familiares ameaçados por quem cobardemente se esconde num fornecedor de serviços de emails apagados sessenta minutos depois de terem nele sido emitidos. Nessa vil intenção procura normalizar o recurso á violência contra quem se opuser à sua agenda ideológica criminosa.
Perante tudo isto Marcelo pede sensatez na resposta, que é eufemismo para deixar tudo como está. Ora quem o inimigo poupa, arrisca-se às suas mãos morrer-lhe. Por isso não pode ser essa a resposta: quem quer colocar os democratas à defesa tem de ser contra-atacado, tem de se sentir potencialmente posto atrás das grades por desrespeitar o Estado de Direito em que vivemos.
Nesta altura não se compreende a estranha inação que, há muito, revelam os democratas contra esses preocupantes sinais de uma extrema-direita grupuscular, mas capaz de causar significativos danos na Democracia. Não se percebe como o Tribunal Constitucional não declara ilegal o Chega, não só pela sua ideologia manifestamente contrária à do nosso texto fundamental, mas também pelas muitas assinaturas falsas, que terá apresentado para solicitar a legitimação. Não se compreende como os clubes de futebol não se dissociam das respetivas claques já que são notórias as suas ligações a estes movimentos extremistas. Não se percebe como está a demorar uma ação policial, que surta efeitos semelhantes aos exercidos sobre os motoqueiros neoonazis, cujo processo judicial ainda está a decorrer.
Se necessário for vá-se buscar o Rui Pinto, que já demonstrou capacidades para contornar as defesas que criminosos usam para se esconderem no anonimato informático, trazendo à luz do dia o monstruoso mundo extremista, que se organiza na dark net.

1 comentário:

  1. Essa gente que "minimiza" o poder do veneno fascista, acabarão um dia num "Dachau" português, se os democratas não os fizerem calar de vez pelo voto nas urnas: tolerância "zero" ao fascismo. Foi em Dachau que acabaram os socialistas, os sociais democratas, os comunistas, os sindicalistas, os judeus, os ciganos e mesmo muitos democratas sem partido...

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