quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Boicote à Ryanair, já!


Só uma vez cedi à tentação do custo mais baixo para experimentar uma viagem aérea através de uma low cost.  A experiência deixou-me vacinado: na Portela estava um frio danado e tivemos de o suportar enquanto não entrávamos no avião. Depois, eu que, eufemisticamente, me posso considerar avantajado nos quase cem quilos, senti estreito o espaço em que me acomodei, apertado o que tinha para esticar as pernas e desconfortável o assento onde pousava o dito cujo e encostava as costas. Depois, durante a viagem, quando quis comer alguma coisa, reconheço que o croque-monsieur  estava aceitável, mas o que por ele paguei, somado ao preço do bilhete do voo, quase igualava o da TAP. Resultado: quando, amiúde, fazemos viagens para os Países Baixos, é a transportadora aérea nacional que opto por nos levar. E se era assim, quando era seminacionalizada, ainda maiores motivos encontro para a decisão, agora que o ministro Pedro Nuno Santos anda a cuidar da sua gestão maioritariamente pública.
Vem tudo isto a propósito da tentativa da Ryanair em bloquear o apoio aprovado pela Comissão Europeia para que a TAP se viabilize, procurando garanti-lo com recurso aos tribunais. Do irlandês, que comanda a empresa já sabíamos o pior, sendo frequentes os relatos da exploração esclavagista que quase impõe aos que têm a desdita de para ele trabalhar. Razão porque a antipatia com esta história apenas potencia a decisão de, nunca por nunca, recorrer a tal empresa para ir onde quer que seja. E bem merece o boicote ativo de todos os portugueses, embora saiba de muitos que, não olhando para os princípios éticos mais básicos, se disponham a continuar a ser seus clientes conquanto pensem poupar uns trocos.

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