domingo, 26 de julho de 2020

Uma entrevista que mais valera não existir


Considerei tão absurda a frase, que fez hoje capa no «Público», que me armei da melhor das boas vontades para ler a longa entrevista a Francisco Assis, inserida na edição do suplemento P2 do «Público». E fiquei na atitude mista de, por um lado, considerar que ele deu azo a que Maria João Avillez, a entrevistadora, retirasse do contexto uma frase, que estava inserida numa apreciação bem menos simpática para com Passos Coelho, mas por outro condenou-se a ser vítima da escolha editorial da conhecia jornalista de direita ao aceitar-lhe o repto para analisar os quatro anos de desgoverno de Passos Coelho.
Que Francisco Assis pouco eco encontre no conjunto dos militantes socialistas ele próprio o reconhece ao justificar a aceitação do convite para o Conselho Económico e Social como forma de se escusar de imediato a uma rutura mais do que anunciada. Mas manda a justiça reconhecer que o balanço feito ao período vivido pelos portugueses entre 2011 e 2015 não difere substancialmente da grande maioria dos que o viram como o da sujeição a um programa ditado de fora e ao qual Passos Coelho se acomodou até com vontade para ir mais além. Nunca dando a ideia, nem sequer a Francisco Assis, que soubesse verdadeiramente para que direção quereria encaminhar o país para além da ditada pela sua ideologia neoliberal.
Pode-se compreender que, no seu insanável isolamento dentro do Partido, Assis tivesse aceite o convite da jornalista como uma oportunidade para se fazer lembrado. Mas bem mais teria valido ficar calado.

1 comentário:

  1. O Assis, nunca foi Socialista, em tempos definiu-se como republicano!
    O Partido Socialista foi o meio que usou para se promover pessoalmente,
    estaria muito melhor no PSD! Juntou-se ao Seguro para obter a prebenda
    de Bruxelas ... onde pouco ou nada fez excepto, os artigos de opinião a
    atacar o António Costa e, a política seguida pelo PS!!!

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