quinta-feira, 30 de julho de 2020

Marcelices, campanhas furadas, incêndios apagados e maus hábitos


1. Os dias mais recentes têm sido férteis em marcelices. Promulgou a legislação destinada a facilitar o retorno das empresas à atividade, mas aferroou o governo dizendo preferir a continuação do regime do lay off simplificado. Aproveitou o regabofe com que a comunicação social andou a associar as malfeitorias da administração do Novo Banco ao governo para, em vez de fazer o papel de professor e explicar quem realmente tem poderes para as travar, ajudar à festa.
Por estas e por muitas outras, que lhe conhecemos, continuo à espera de uma candidatura alternativa, que não a de Ana Gomes, mera réplica da de Maria de Belém há quatro anos atrás. Nesse sentido Manuel Carvalho da Silva constituiria uma boa solução para a qual me disporia a trabalhar tão militantemente quanto o fiz para António Sampaio da Nóvoa.
2. Ontem foi dia de deceção para essa mesma comunicação social, quando se confrontou com os números do INE e não teve a oportunidade para repetir a charla com que o Albarran nos brindava há muitos anos, quando arrastava a voz para sublinhar o drama, o horror...
7% é um índice preocupante - um só desempregado o é! -, mas aquém das expetativas dos que tinham preparada a campanha para zurzirem no governo. A contragosto até tiveram de reconhecer uma ligeira recuperação do emprego no último mês.
3. Os 490 milhões de euros a investir nos 24 quilómetros de linhas a ligarem os municípios de Oeiras, Lisboa e Loures através do metro ligeiro de superfície constituirá mais uma alternativa valiosa para facilitar a mobilidade das respetivas populações e retirar automóveis da capital. Pouco a pouco o país vai mudando para melhor compensando a estagnação, ou mesmo retrocesso, a que as direitas o sujeitaram entre 2011 e 2015.
4. Interessante, igualmente, a eficiência com que a proteção civil e os bombeiros estão a resolver os incêndios deflagrados até agora, Os pirómanos continuam ativos e, provavelmente, mais ainda os que os imitam com fins mais perversamente políticos ou económicos.  Comprova-se a mudança qualitativa da ação de Eduardo Cabrita na tutela de todo o dispositivo preparado para combater estes sinistros.
5. Sem surpresa vemos o ministério público acusar mais um político do PSD - antigo deputado e secretário de Estado de Passos Coelho - de tráfico de influências no processo de construção do Hospital de Valongo. A confirmação de uma cultura de corrupção nas direitas, que sempre quiseram enfatizar nos socialistas aquilo que nela se revela prática repetitiva...

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