E lá vamos novamente cair no tema da eutanásia, comigo a repetir o que sempre digo quando ele se coloca: não reconheço a ninguém a legitimidade para, querendo eu morrer de livre vontade e tendo um médico, que aceite prestar-me esse serviço, alguém se oponha em nome de uma lei impeditiva de exercer a minha liberdade.
Os cds’s ou as isildas pegados desta vida, que vêm servir de altifalante a uma Igreja Católica que, impotente, vai vendo a sociedade mandar às malvas os dogmas em que assentou o seu poder sobre gerações de ignaros, assumem o comportamento fascista - e o termo é aqui exemplarmente ponderado! - de querer impedir aos outros aquilo que só a eles diz respeito.
A aprovação para que a morte assistida se faça legalmente não significa obrigar os que a combatem fanaticamente a solicitarem-na em nenhuma circunstância, mas eles teimam em proibi-la a quem, sofrendo as dores de uma qualquer doença irreversível ou apenas por ter chegado àquela conclusão em tempos colocado pelo poeta José Gomes Ferreira num poema - viver sempre também cansa—queiram definitivamente desligar esse sofrer.
Se hoje, quase a meio dos sessentas, não vislumbro a hipótese de requerer esse tipo de apoio nos próximos anos, exijo que ele me seja facultado legalmente na altura em que o sentir necessário. Daí que alimente uma firme oposição a quem entende privar-me dessa liberdade...
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