quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

As derrotas, que os paladinos dos dogmas, não conseguem evitar


Tempos difíceis para a hierarquia católica aquém-Pirenéus, que vê a sua força insuficiente para evitar a aprovação de legislação favorável à morte assistida nos parlamentos de Madrid e de Lisboa. Bem podem os bispos e os padres arengar nas missas dominicais, incentivando os fiéis a subscreverem abaixo-assinados, que a maioria dos deputados aprestam-se a dar-lhes o devido troco: estando consagrado o princípio da separação entre a Igreja e o Estado, só por falta de vergonha pode a primeira querer intrometer-se no que só ao segundo diz respeito.
Complementarmente até julgo provável, que muitos católicos - senão mesmo a maioria! - estejam de acordo com a legislação em vias de ser preparada. Porque, entre as justificações para que a Igreja Católica vá perdendo número crescente de prosélitos, está o facto de se manter arreigadamente presa a dogmas, que se tornaram obsoletos nos dias de hoje. Mormente com os que têm a ver com a vida e a morte, com o sofrimento de permeio. Ainda se pugnasse pelo apoio espiritual a quem dele julga precisar e trabalhasse para uma obra caritativa irrepreensível que, vista de fora, não supusesse o interesse financeiro, que estamos fartos de ver denunciados nas suas Misericórdias e obras afins, poderíamos respeitá-la e até, porventura, apoiá-la.
Ao invés, quando pretende impor a quem com ela nada tem a ver, esses tais dogmas proclamados pelos seus cardeais, só podemos criticá-la e exigir-lhe o recato de quem socialmente representa cada vez menos...

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