Faltando argumentos aos maledicentes do costume, eis que se agarram a picuinhices sem substância para se iludirem com a suposta capacidade para manterem o governo de António Costa sob fogo cerrado. Se quisermos utilizar metáfora apropriada é como se tivessem ido para o alto mar à procura de atuns e se contentassem com as minúsculas petingas, que mal conseguem morder-lhes o isco.
Peguemos, por exemplo no caso da disputa em Évora entre elementos da GNR e da PSP. O caso, sem ponta por onde se lhe pegue, durou meia-hora e acabou resolvido de acordo com o que mais interessava: fazer chegar as vacinas ao aprazado destino. No entanto, como poderia servir de munição contra o inamovível Eduardo Cabrita eis promovido a tema de abertura dos telejornais como se de somenos importância não se tratasse.
Tomemos como outro exemplo o das remunerações dos administradores da TAP em que o Bloco de Esquerda decidiu chafurdar com assinalável entusiasmo apesar de Pedro Nuno Santos não ser tido nem achado para o caso, já que esses valores são definidos por órgão não dependente diretamente do governo. Que a «verdade» dos detratores depressa começou a dissolver-se numa sucessão de argumentos inconsistentes de pouco pareceu interessar aos envolvidos na campanha, em aparência mais interessados em que a TAP feche definitivamente do que em garantir que ela se salve dentro dos constrangimentos inerentes ás atuais circunstâncias.
O Papa do Bloco também decidiu disparar contra o governo a partir da sua coluna no jornal da família Balsemão: em vez de reconhecer o sucesso total dos primeiros dias de vacinação veio criticar o facto de terem sido escolhidos dois diretores de serviço para simbolizarem o ato. Para Louçã era importante virar do avesso as hierarquias e dar primazia ás funcionárias da limpeza dos serviços onde estão internados os doentes com covid. Como se não fosse mais importante retirar argumentos aos negacionistas através da forte imagem de médicos reputados a submeterem-se à vacinação...
Hoje tivemos o bastonário - que todos estranhámos ver incluído nos candidatos prioritários à vacinação, já que lhe adivinhamos pouco tempo para exercer a prática da medicina tão ativo anda nas campanhas antigoverno - a «bitaitar» quanto às formas alternativas de fazer o que está a correr tão bem e como se os seus palpites ainda servissem de conselho para quem deles claramente dispensa.
E conclua-se com um outro «comentadeiro», de nome Diogo Agostinho, a vituperar o governo por não incluir os médicos e enfermeiros dos hospitais privados na primeira leva desta primeira fase da vacinação, como se do Serviço Nacional de Saúde - que eles sabotam ou no mínimo prejudicam! - merecessem tal distinção. Ao contrário do que afiançou a ministra a quem trabalha ou se serve dos hospitais privados justificar-se-ia que fossem incluídos numa 4ª fase depois de quem trabalha ou é utente do SNS ser vacinado. É que se os serviços de saúde pública não lhes servem para trabalhar ou serem cuidados, deveriam esperar que os hospitais e as clínicas a que recorrem comprassem as vacinas diretamente às farmacêuticas que as produzem.
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