Durante alguns anos fui cliente regular do Hospital da CUF Infante Santos, passando para o da Caparica quando ele foi inaugurado. Valia-me do seguro de saúde incluído no pacote remuneratório da empresa para que trabalhava e, já na reforma, por inércia durante os primeiros anos, continuando a pagar do meu bolso o mesmo tipo de contrato com uma seguradora.
Depressa concluí que o balanço custo/benefício era claramente favorável a essas mesmas seguradoras e às empresas privadas, que me facultavam os necessários serviços de saúde. Por isso mesmo desisti desse tipo de contrato e, enquanto não me vejo contemplado com um médico de família na Unidade de Saúde da minha área de residência, tenho recorrido a serviços particulares de cujo custo me responsabilizo quando necessários.
No entretanto, abandonei totalmente os serviços do Grupo CUF tendo em conta o seguinte historial:
- fui operado ao ouvido direito para resolver um problema relacionado com o síndroma de Menière e acabei por dele ficar irremediavelmente surdo;
- a minha mulher esteve quase a ser levada para uma operação á coluna vertebral, porque diziam-na imprescindível como forma de se livrar das dores nas costas, mas evitou-a, prosseguiu com o exercício físico regular e depressa concluiu quanto desnecessária seria uma intervenção de imprevisíveis consequências e custos significativos;
- fiz sucessivas reclamações sobre a má qualidade facultada pelos serviços administrativos (claro overbooking de consultas para o mesmo médico) ou furtarem-se a alertar para a falta do mesmo, obrigando a desnecessárias e irritantes horas nas salas de espera. As mais recentes reclamações nem sequer mereceram resposta do prestador de serviço apesar de, legalmente, estar a ela obrigado.
A gota de água que me fez decidir pelo «CUF nunca mais!» foi quando reiteradamente me exigiram o pagamento de uma consulta, que nunca se verificou porque a médica em causa não apareceu nesse dia.
Fica assim exposto o que penso da falta de qualidade da saúde privada e de como estou convencido dos méritos e potencialidades do SNS, quando ele suprir algumas das suas falhas remanescentes. Mas, mesmo que fosse ainda cliente do Grupo CUF, esta semana teria sido determinante para tomar a mesma decisão de há meia dúzia de anos atrás: quem outros senão os discípulos de um eminente fascista, que se julgava rei numa terra, que Salazar cuidava de transformar em tão cegos quanto o possível para abrilhantarem a sessão de homenagem com o inenarrável Passos Coelho? Como diriam os franceses os beaux esprits se rencontrent!
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